
O receio de que a Inteligência Artificial (IA) possa roubar empregos está a levar muitos trabalhadores a tomar medidas drásticas para proteger a sua posição. Um novo estudo da Adaptavist revela que um em cada três (35%) trabalhadores do conhecimento está deliberadamente a "guardar para si" (gatekeeping) as suas competências. O motivo? O medo de serem substituídos pela tecnologia.
O desaparecimento de empregos e a ansiedade tecnológica
Esta ansiedade não surge do nada. A investigação, citada pelo TechRadar, descobriu que um em cada cinco trabalhadores sente-se stressado ou ansioso com a possibilidade de ser substituído pela IA. Este sentimento é intensificado por uma realidade de mercado: o estudo aponta que quase um terço (32%) dos cargos de nível básico desapareceram desde 2022.
Esta cultura de receio tem efeitos secundários na colaboração. A análise da Adaptavist concluiu que dois quintos (38%) dos funcionários hesitam em treinar os seus próprios colegas. Ao reterem o conhecimento na sua área de especialização, esperam continuar a destacar-se e, assim, manter os seus postos de trabalho.
A fadiga das reuniões e os novos "assistentes"
O estudo da Adaptavist abordou ainda outro ponto de pressão no trabalho moderno: a "reunião-crónica". Os trabalhadores do conhecimento passam, em média, 4,3 horas por semana em reuniões, um valor que quase triplicou desde 2020 com a ascensão do trabalho híbrido e remoto. Curiosamente, este tempo é quase o mesmo que passam com amigos (4,4 horas).
A IA também já chegou a esta área. Quase metade (46%) dos inquiridos afirma já ter visto colegas a enviar assistentes de IA para reuniões em seu nome. No entanto, esta prática não é consensual: 40% considera a atitude rude ou desrespeitosa em comparação com a participação humana.
IA deve integrar, não substituir
Apesar destes receios, a solução não passa por banir a IA, mas por integrá-la corretamente. Neal Riley, líder de inovação da Adaptavist, defende que a IA tem espaço nas empresas sem que isso signifique substituir pessoas.
Riley sugere que, ao "adotar a comunicação assíncrona, melhorar a documentação e usar a IA para revelar informações relevantes", as organizações podem aliviar a fadiga das reuniões e construir equipas mais resilientes.
O líder da Adaptavist conclui que "o estudo confirma que, quando as organizações incorporam a IA com esta abordagem estruturada, constroem culturas nas quais os funcionários se sentem parte da jornada".










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