
A morte do disco rígido (HDD) tem sido anunciada há anos face à velocidade e popularidade dos SSDs, mas a tecnologia magnética continua a provar que tem muito para oferecer, especialmente no que toca à densidade de armazenamento. A Seagate acaba de dar uma prova de vida robusta ao revelar um novo método de armazenamento de alta densidade que promete revolucionar o mercado na próxima década.
Durante uma conferência académica realizada no Japão em outubro, a gigante norte-americana demonstrou que conseguiu atingir uma densidade de 6,9 terabytes (TB) por prato. Para colocar este número em perspetiva, os discos atuais de 30 TB utilizam cerca de 10 pratos com capacidade aproximada de 3 TB cada. Este salto tecnológico, divulgado pelo ITHome, abre as portas para a criação de unidades de disco rígido com capacidades a rondar os 69 TB num futuro relativamente próximo.
A tecnologia HAMR como motor da inovação
O segredo para este aumento exponencial de capacidade reside na tecnologia HAMR (Heat-Assisted Magnetic Recording, ou Gravação Magnética Assistida por Calor). Embora a Seagate já utilize variações desta tecnologia em produtos atuais, os novos resultados laboratoriais levam o conceito ao limite.
O processo envolve o aquecimento controlado de minúsculos grãos magnéticos na superfície do prato. Num disco rígido tradicional, a superfície é composta por uma fina camada de material contendo milhões de cristais magnéticos (grãos), onde cada um armazena um bit de informação. Ao utilizar o calor de forma precisa, a Seagate conseguiu aproximar estes grãos sem comprometer a estabilidade magnética ou a fiabilidade dos dados armazenados. O resultado é uma densidade de área muito superior, permitindo guardar mais informação no mesmo espaço físico.

Roteiro para o futuro: Do Terabyte ao Petabyte
A apresentação da Seagate não se ficou apenas pelos recordes de laboratório, tendo a empresa partilhado um roteiro ambicioso para a produção em massa.
2027 a 2029: A empresa prevê iniciar a produção de HDDs com pratos que variam entre 4 TB, 5 TB e 6 TB.
2030: É esperado o lançamento de produtos comerciais com a densidade de 6,9 TB por prato, o que possibilitará a criação de discos rígidos com capacidades totais entre os 55 TB e os 69 TB.
A partir de 2031: A ambição da marca passa por realizar experiências que permitam atingir densidades entre 7 TB e 15 TB por prato.
Se este plano se concretizar sem contratempos, a indústria poderá ver o nascimento de discos rígidos com capacidade na ordem dos petabytes (1 PB equivale a 1.000 TB) antes de 2040. Naturalmente, existem inúmeros fatores no desenvolvimento e na cadeia de produção que podem alterar estas datas, mas o marco de 6,9 TB por prato serve como um lembrete poderoso de que os HDDs continuam a ser fundamentais para o futuro do armazenamento de dados massivos.










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