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Nvidia e bandeira da China

O mercado dos semicondutores continua a ser palco de uma intensa batalha tecnológica, e uma startup chinesa acaba de lançar uma nova cartada. A CL Tech, conhecida na China como Zhonghao Xinying, anunciou o desenvolvimento de um novo processador de inteligência artificial (IA) que, segundo a empresa, é capaz de superar o desempenho da famosa A100 da NVIDIA. Este anúncio surge num momento em que a China procura incessantemente alternativas locais para contornar as restrições comerciais impostas pelo Ocidente.

A proposta da CL Tech, denominada "Chana", apresenta-se não como uma GPU tradicional, mas sim como uma GPTPU (General Purpose Tensor Processing Unit). Ao contrário das soluções da NVIDIA, que adaptam arquiteturas gráficas para o processamento de IA, o Chana é um ASIC desenhado de raiz especificamente para lidar com redes neuronais.

Eficiência e potência a baixo custo

Os números avançados pela startup são ambiciosos. Segundo a CL Tech, o seu novo chip consegue oferecer um desempenho até 1,5 vezes superior ao da NVIDIA A100, baseada na arquitetura Ampere. Mais impressionante ainda é a promessa de eficiência energética, com a empresa a reclamar um consumo 30% inferior ao da sua rival norte-americana.

Estas métricas, se confirmadas em cenários reais, traduzem-se numa proposta de valor muito agressiva para o mercado de centros de dados. A startup sugere que o custo computacional por unidade será menos de metade do oferecido pelas soluções da NVIDIA, um argumento que poderá pesar na decisão de muitas empresas locais que procuram poder de processamento para treinar os seus modelos de IA sem depender de hardware importado e sujeito a sanções.

O regresso dos talentos e o fosso geracional

O desenvolvimento do Chana não é obra do acaso, mas sim o resultado do chamado "fenómeno bumerangue". A liderança da Zhonghao Xinying está a cargo de Yanggong Yifan, um engenheiro com um currículo de peso que inclui passagens por universidades de prestígio como Stanford e Michigan. Yifan traz na bagagem a experiência de ter trabalhado no desenvolvimento de várias gerações de TPUs na Google e em projetos de chips na Oracle.

A equipa da CL Tech é composta por outros veteranos da indústria, incluindo Hanxun Zheng, ex-engenheiro da Samsung, e talentos que passaram por gigantes tecnológicas como a Microsoft, Amazon e Facebook. Este regresso de engenheiros altamente qualificados à China é uma peça chave na estratégia do país para alcançar a autossuficiência tecnológica.

Contudo, é importante colocar este lançamento em perspetiva, conforme reportado pelo South China Morning Post. Embora superar a A100 seja um feito notável para uma startup fundada em 2018, este chip da NVIDIA foi lançado em 2020. A indústria já avançou significativamente desde então, com a chegada dos chips H100 em 2022 e, mais recentemente, da arquitetura Blackwell, que representa o atual pináculo da performance em IA.

Ainda assim, para o mercado interno da China, que enfrenta dificuldades no acesso ao hardware mais recente devido às restrições de exportação dos EUA, soluções como o Chana podem representar uma "tábua de salvação" vital para manter a competitividade no setor da inteligência artificial. Resta saber quem será o fabricante responsável pela produção em massa do chip, com a SMIC e o seu processo de 7 nm a surgirem como os candidatos mais prováveis.




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