
A guerra na Ucrânia parece estar a escalar para uma nova fronteira: o espaço. Especialistas alertam que a Rússia poderá estar a utilizar ou a desenvolver capacidades para interferir com satélites europeus, uma ameaça direta à segurança e infraestrutura do continente. A CNN avança que a tensão aumentou após dois satélites de reconhecimento russos terem sido detetados a seguir de perto dois satélites da IntelSat. Estes satélites são cruciais, sendo utilizados pelas Forças Armadas alemãs e pelos seus aliados.
A Europa "pendurada" por satélites
Esta vigilância em órbita não é um pormenor. Os satélites desempenham um papel vital no quotidiano europeu. Falamos de tudo: desde as comunicações civis e militares, à navegação por GPS que usamos nos nossos carros e telemóveis, passando pela vigilância meteorológica e operações de defesa. Qualquer interferência pode ter consequências graves, paralisando serviços estratégicos de transporte e defesa.
As armas da guerra espacial
As suspeitas recaem sobre o uso de técnicas de guerra eletrónica. Moscovo pode recorrer a jamming (bloqueio de sinais) ou spoofing (envio de sinais falsos) para perturbar o funcionamento dos satélites. No cenário mais extremo, existe o risco de ações diretas, como o uso de armas antissatélite (ASAT) concebidas para danificar ou destruir fisicamente equipamentos em órbita.
Putin nega, Europa reforça a urgência
Questionado sobre estas atividades, o Presidente russo, Vladimir Putin, já veio a público afirmar que Moscovo não tem qualquer intenção de instalar armas nucleares no espaço. No entanto, a negação foca-se apenas no armamento nuclear, não abordando a guerra eletrónica ou a vigilância.
Para a Europa, esta ameaça expõe uma vulnerabilidade crítica: a elevada dependência de sistemas espaciais. Os especialistas são unânimes e alertam que o continente tem de investir urgentemente em capacidades de defesa espacial, melhorar a monitorização de atividades em órbita e fortalecer a cooperação internacional. Este conflito moderno já não se limita à terra, mar ou ar; estende-se agora ao espaço, onde a segurança global depende de tecnologia a milhares de quilómetros da Terra.