Mesmo que os picos da pandemia tenham passado, ainda existe muita gente que, para o dia a dia, usa software de videoconferência, que permite realizar rapidamente reuniões ou manter o trabalho de forma remota.
Para realizar a videoconferência, no entanto, dados como o áudio e o vídeo dos utilizadores necessitam de passar pelos servidores dessas entidades antes de serem enviados para terceiros. Felizmente, a maioria das plataformas oferecem botões que permitem “cortar” o áudio ou vídeo da transmissão… mas isso não indica que essa informação não continue a ser enviada para os sistemas das empresas.
Investigadores da Universidade de Wisconsin-Madison revelaram um recente estudo onde se determinou que várias apps de videoconferência no mercado, ao ser realizado o “corte” na transmissão de áudio para o serviço, não estão efetivamente a cancelar esse envio de dados.
Ou seja, quando os utilizadores usam a opção de “Mute” do software das plataformas, efetivamente o áudio pode ser cortado para os participantes na reunião. No entanto, os dados ainda continuam a ser recolhidos e enviados para os servidores da empresa.
Os investigadores verificaram que, mesmo quando se pressiona o botão de “mute” nas plataformas, o áudio ainda continua a ser enviado para as drivers do sistema, e a partir dai enviado para a internet – concretamente para os servidores das empresas. Apenas nesse ponto é então descartado para não se reproduzir nos restantes participantes da conversa.
Obviamente, isto será um problema, sobretudo para quem tenha a privacidade em mente. Como o áudio continua a ser enviado para as empresas, teoricamente estas ainda possuem acesso a tudo o que seja dito enquanto a conversa se encontra silenciada – e nada que garanta o que a empresa vai fazer com esses dados.
A informação que é recolhida pode não ser apenas da voz do utilizador, mas também sons de segundo plano que estejam perto do mesmo, e que podem ser usados para os mais variados fins. Usando um sistema de IA, os investigadores conseguiram usar este áudio recolhido em segundo plano para criar um perfil com exatidão de 81.9% sobre o que estaria a ser realizado.
Esta informação pode ser bastante valiosa para fins de publicidade ou marketing direcionado, sobretudo se fornecido a empresas que possam usar o mesmo para esses fins.
Infelizmente o estudo ainda não foi oficialmente publicado, pelo que alguns detalhes do mesmo ainda não são conhecidos, entre os quais as apps que foram analisadas sobre esta recolha de informação.
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