O Twitter tem estado sobre as notícias nos últimos tempos relativamente ao caso entre a plataforma e Elon Musk. No entanto, parece que os problemas da rede social ainda se encontram longe de terminar.
Recentemente um ex-funcionário da empresa veio deixar graves acusações contra o Twitter e as suas práticas de segurança, as quais podem ser consideradas negligentes pelo mesmo. As declarações surgem do antigo chefe de segurança do Twitter, Peiter “Mudge” Zatko, que acusa a plataforma de não ter as melhores práticas relativamente à segurança das contas de utilizadores e dos seus dados pessoais.
Em entrevista à CNN, Zatko afirma que terá sido despedido do Twitter em Janeiro deste ano, depois de ter recusado ficar quieto sobre algumas práticas internas da empresa e das suas vulnerabilidades. O mês passado, Zatko terá aberto um processo junto das autoridades norte-americanas, informando sobre estas mesmas práticas e em como o Twitter se encontra a enganar os investidores e utilizadores, juntamente com as autoridades.
Durante a entrevista à CNN, Zatko afirma ter-se juntado ao Twitter em 2020 sobre pedido direto do antigo CEO da plataforma, Jack Dorsey. Isto terá sido feito pouco depois da empresa ter sido alvo de um ataque massivo, onde contas de várias personalidades foram usadas para enviar mensagens de esquemas relacionados com Bitcoin.
Apesar de Zatko ter trabalhado na empresa até ao início deste ano, o mesmo acredita que a mentalidade da plataforma terá mudado a partir do momento que Dorsey saio do cargo de CEO da mesma, passando tal responsabilidade para o atual CEO Parag Agrawal.
As indicações deixadas por Zatko para as autoridades apontam várias falhas graves de segurança e privacidade sobre o Twitter, que podem comprometer seriamente os utilizadores. Uma das críticas mais apontadas será o facto que existem muitos funcionários internos do Twitter que possuem acesso a informações sensíveis dos utilizadores em geral.
Zatko afirma que quase metade dos 7000 funcionários da empresa possuem acesso a dados sensíveis dos utilizadores a qualquer momento, e que podem aceder a estes praticamente sem qualquer restrição. Existem ainda acusações sobre como vários funcionários possuem partes do código fonte da plataforma em portáteis usados para o trabalho e para atividades pessoais.
Existe ainda a questão relacionada com bots e contas de spam, um tema que tem estado bem ativo nos últimos tempos. Segundo Zatko, o Twitter tem vindo a ignorar este género de contas, sendo que os números reais de contas falsas na plataforma é consideravelmente acima do que a mesma afirma publicamente.
A plataforma incentiva os investidores a aumentarem o número de utilizadores ativos na plataforma, invés de remover contas associadas a bots. Existem ainda acusações sobre como a plataforma terá falhado em remover conteúdos dos utilizadores, quando tal ação é requerida.
Em resposta, o Twitter afirma que as acusações do antigo chefe de segurança da plataforma são infundadas e levadas fora de contexto. Em comunicado à CNN, o Twitter afirma que Zatko terá sido despedido devido ao seu baixo desempenho dentro da empresa e práticas inadequadas para o cargo que possuía.
Existem ainda incoerências e falhas sobre os dados apontados pelo mesmo relativamente à privacidade e segurança dos utilizadores.
Independentemente disso, as acusações de Zatko surgem numa das piores alturas para a plataforma, que se encontra a entrar numa dura batalha judicial contra Elon Musk sobre a possível venda da mesma para o multimilionário.
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