Sabe essa incrível TV LCD Full HD de 42 polegadas que você comprou para assistir aos jogos da Copa do Mundo, julgando ser o ápice da tecnologia no centro de sua sala? Pois saiba que ela já é um aparelho ultrapassado, seja em termos de qualidade de imagem ou de resolução.
Calma, não se desespere, já que sua nova aquisição ainda vai ser considerada top por mais um bom tempo. Porém, em termos tecnológicos ela já é considerada um produto velho. O principal responsável disso é a LPD TV, ou “televisões a laser”.
Laser, como assim?
Desenvolvido pela empresa americana Prysm, esses novos modelos de televisões utilizam raios laser para transmitir suas imagens em uma tela de fósforo. É desse conceito que se origina a sigla que dá nome à tecnologia (LPD é a abreviação para “Laser Phosphor Display”).
Isso faz com que seu funcionamento seja bastante semelhante ao das antigas CRTs, as velhas TVs de tubo. Entretanto, é exatamente a utilização do laser em vez dos raios catódicos que faz com que a qualidade da imagem seja de até 23 vezes melhor de uma para a outra.
Mas e a minha LCD, como fica?
Já em comparação com as LCD e LED, modelos dominantes no mercado atual, a grande vantagem das LPDs é o incrível nível de contraste alcançado. Estima-se que as TVs a laser sejam capazes de reproduzir cerca de 90% de cores perceptíveis ao olho humano. Já as televisões de cristal líquido e plasma disponibilizam apenas 40%.
Não é o suficiente? E se você descobrisse que esses novos aparelhos são capazes de exibir simplesmente o dobro de resolução de imagem do que uma TV Full HD padrão? O chamado Quad Full HD, ou UltraHD, é um dos grandes destaques das LPDs e fazem com que qualquer pessoa fique de queixo caído com imagens sendo apresentadas a uma resolução 3840 por 2160 pixels.
Mas essas não são as únicas razões que fazem desses novos aparelhos superiores aos equipamentos atuais. Além do surpreendente nível de cor e resolução, a utilização de raios laser torna possível a criação de telas de vários tamanhos. Portanto, espere encontrar TVs colossais de até 73 polegadas.
Adicione também o fato de as LPDs da Prysm não possuírem borda. A TV é composta exclusivamente por sua tela, sem que tenha uma borda em torno dela. Pode parecer besteira, mas a qualidade apresentada e esse pequeno detalhe fazem com que a imersão seja muito maior. Além disso, a compatibilidade com o 3D torna tudo ainda melhor.
Isso sem falar que não é mais necessário procurar a posição ideal para enxergar a tela com qualidade. As televisões a laser tem a grande vantagem de possuir um ângulo de visualização de 180º, o que acaba com o incômodo problema das LCDs, assim como a dificuldade de enxergar o que era exibido em locais muito iluminados.
Além disso, a tela também não sofre um desgaste tão grande como acontece com as tecnologias atuais. Isso torna a vida útil das LPDs muito maior, podendo chegar até mesmo à incrível marca de 65 mil horas de exibição.
TV verde
“Fazendo mais com menos”. É essa a proposta que a Prysm, detentora da tecnologia LPD, tanto frisa em seu site oficial. E não por menos, já que suas televisões são ecologicamente corretas e pouco afetam o meio ambiente.
Além de não utilizar mercúrio em sua composição e fazer uso de componentes recicláveis, as TVs a laser consomem cerca de 75% menos energia do que as demais tecnologias.
O lado negro do laser
Apesar de ser realmente muito promissora, a LPD é apenas mais uma tecnologia a entrar na luta pelo título de “padrão de televisão do futuro”. Em outras palavras, o melhor a ser feito ainda é espera até que o próximo formato seja definido.
Como nem tudo são flores, as TVs a laser ainda possuem outros problemas a serem resolvidos antes de você pensar em aposentar sua LCD. O primeiro ponto é o seu tamanho. A TD1, primeiro modelo desenvolvido pela Prysm, possui pouco mais de 36 centímetros de espessura. Tendo em vista que as LEDs apresentam apenas 5 milímetros, chega a ser um retrocesso adquirir um equipamento 70 vezes maior.
Outra problemática é em relação às dimensões da tela. Se você empolgou-se com as 73 polegadas da LPD, pare e pense: onde você vai colocá-la? Mesmo que você encontre um local para colocá-la em sua sala, lembre-se de que é preciso ter uma distância mínima para poder visualizar toda a qualidade da tela. No caso dessa tela gigantesca, o ideal é ficar a cerca de 2 metros.
É exatamente nesses pontos que a LCD, LED e plasma se diferem. Apesar de suas limitações, elas são finas e podem ser postas em praticamente qualquer lugar da casa, até mesmo na parede. E mesmo com suas “pequenas” 42 polegadas de tela, a distância de 1 metro não é algo tão impossível de se alcançar na maioria dos lares.
Além disso, a resolução também é outro grande empecilho. Por mais que o UltraHD realmente seja algo fantástico, o que vamos ver na prática é um sério problema de incompatibilidade.
Por mais que possuam um padrão de qualidade excepcional, esse benefício acaba se tornando um grande problema para as TVs a laser. Aparelhos Blu-Ray, por exemplo, reproduzem filmes com o máximo de qualidade atual possível a uma resolução de 1920 por 1080 pixels. Dessa forma, nunca poderíamos utilizar todo o potencial do UltraHD.
Enfim, vou aposentar minha TV atual?
A resposta é sim, afinal, como toda tecnologia, ela tem um prazo de validade. Porém, resta saber se a sucessora será mesmo a TV a laser. De fato ela possui muitas vantagens em relação aos formatos atuais, principalmente em relação ao consumo de energia e qualidade de imagem.
Por outro lado, alguns elementos ainda precisam ser aperfeiçoados e corrigidos para que a LPD realmente possa ser a próxima televisão a ocupar um lugar de destaque na sala de sua casa.
Além das dificuldades já apresentadas, vale lembrar que, assim como toda novidade, o preço inicial é sempre muito alto, o que torna sua popularização inviável. Apesar de algumas previsões indicarem que o preço das TVs a laser será inferior ao valor atual das LCDs e LEDs, a realidade atual aponta para outro lado.
Fontes: baixaki.com.br / g1.com.br
imagens: baixaki.com.br
Reeditado: Lucas Simões Tavares
Nenhum comentário
Seja o primeiro!