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Falsa entrevista com um robo criado por IA

 

O mercado de trabalho já enfrenta desafios consideráveis, mas uma nova ameaça está a complicar ainda mais a vida dos candidatos: a proliferação de candidatos falsos gerados por Inteligência Artificial (IA).

 

Segundo relatos recentes, como o da CBS News, indivíduos mal-intencionados estão a recorrer à IA para criar currículos, perfis online e até fotografias de rosto falsas, tudo adaptado às especificidades de uma determinada vaga de emprego. O objetivo é enganar os processos de recrutamento e conseguir uma posição dentro das empresas.

 

O perigo agrava-se quando estes "candidatos" conseguem ser contratados. Uma vez infiltrados, podem dedicar-se à espionagem industrial, roubando segredos comerciais, ou sabotar os sistemas informáticos da empresa através da instalação de malware.

 

Um Caso Real de Deteção

 

Um caso que ilustra bem esta situação envolveu Dawid Moczadlo, cofundador da empresa de cibersegurança Vidoc. Numa publicação que se tornou viral no LinkedIn, Moczadlo partilhou a sua experiência ao entrevistar um candidato que suspeitou estar a usar um filtro de IA para ocultar o rosto – um deepfake.

Durante a entrevista online, para testar a sua teoria, Moczadlo pediu ao candidato que colocasse a mão em frente ao rosto, esperando que o movimento "quebrasse" o filtro digital. Perante a recusa do indivíduo em colaborar, o cofundador da Vidoc terminou imediatamente a chamada, convencido de que se tratava de uma tentativa de fraude.

 

entrevista falsa com o candidato

 

Em declarações à CBS, Moczadlo admitiu sentir-se "um pouco violado", especialmente por liderar uma empresa especialista em segurança, mas ficou aliviado por ter detetado a fraude a tempo.

 

 

Ligações a Grupos de Hackers e Dificuldades de Deteção

 

Após o incidente, Moczadlo consultou investigadores que associaram o comportamento do falso candidato a táticas usadas por redes de hackers norte-coreanas. Estes grupos são conhecidos por criar identidades falsas para obter empregos remotos, muitas vezes em empresas sediadas nos Estados Unidos. Embora o caso específico ainda esteja sob investigação, Moczadlo acredita que as consequências poderiam ter sido piores.

 

"Temos muita sorte por sermos especialistas em segurança", afirmou. "Mas para empresas com gestores de contratação ou fundadores de startups sem experiência nesta área, é muito difícil detetar algo assim". Acrescentou ainda que, "por vezes, é preciso um hacker para encontrar outro hacker".

 

Mudança nas Práticas de Contratação

 

Este não foi um incidente isolado na Vidoc. Após uma ocorrência semelhante, a empresa decidiu alterar radicalmente o seu processo de recrutamento. Agora, os principais candidatos são convidados a deslocar-se a São Francisco para entrevistas presenciais nos escritórios da Vidoc. A empresa cobre todas as despesas de viagem e remunera o dia de trabalho experimental, garantindo assim uma verificação mais rigorosa da identidade e competências dos candidatos.

 

Um Obstáculo Adicional para Candidatos Reais

 

Embora seja positivo que as empresas estejam a desenvolver métodos para filtrar estes candidatos fraudulentos gerados por IA, a situação representa más notícias para as pessoas reais que procuram emprego. Já pressionados por um mercado competitivo e pela ameaça da automação e substituição de funções pela própria IA, os candidatos genuínos enfrentam agora mais um obstáculo: a necessidade de competir com perfis falsos que saturam os processos de seleção. Este cenário coloca os profissionais numa posição delicada, presos entre a potencial substituição pela tecnologia e a concorrência desleal criada pela mesma.




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