A Amazon iniciou a distribuição da sua assistente digital renovada, a Alexa+, equipada com inteligência artificial (IA) generativa. Segundo o CEO Andy Jassy, mais de 100.000 utilizadores já têm acesso a esta nova versão nos Estados Unidos, um passo inicial considerando os milhões de dispositivos Alexa existentes. Este lançamento marca um avanço no projeto revelado em fevereiro, embora com algumas funcionalidades ainda em desenvolvimento.
Uma Alexa mais inteligente e conversadora
O objetivo da Amazon com a Alexa+ é transformar a interação com a assistente, tornando-a mais natural e fluida. A promessa é que a Alexa+ consiga:
- Manter conversas mais longas e contextuais, sem a necessidade de repetir constantemente a palavra de ativação "Alexa".
- Gerar respostas originais e dinâmicas, à semelhança de outras IAs como o ChatGPT da OpenAI ou o Gemini da Google, abandonando as respostas pré-determinadas do sistema antigo.
- Funcionar como um "agente" capaz de interagir com aplicações de terceiros em nome do utilizador, como pedir comida ou reservar transportes.
Funcionalidades: o que já chegou e o que falta
Apesar das promessas, a versão da Alexa+ que está a ser distribuída ainda não inclui todas as capacidades demonstradas inicialmente. De acordo com relatos e informações internas da empresa, algumas funcionalidades chave estão ausentes nesta fase inicial.
Disponível agora (em acesso antecipado):
- Pedir um Uber.
- Identificar objetos através da câmara (em dispositivos compatíveis).
- Ajudar a redigir emails.
- Ler e resumir documentos enviados pelo utilizador (embora com limitações na eliminação dos mesmos).
Funcionalidades em falta (demonstradas, mas adiadas):
- Integração com serviços como o Grubhub para pedir comida com base na conversa.
- Identificação visual de membros da família para atribuir tarefas.
- Geração automática de histórias para crianças.
- Capacidade de sugerir ideias para presentes.
- Versão web da assistente (conhecida internamente como "Metis").
A Amazon justifica estes atrasos indicando que as funcionalidades ainda não atingiram os "padrões de lançamento público" da empresa. O CEO Andy Jassy reconheceu que a tecnologia subjacente, embora promissora, ainda é algo "primitiva" e que a precisão dos agentes de IA que executam múltiplas etapas precisa de melhorar significativamente. Jassy estabeleceu como meta uma precisão de 90% para o agente Nova Act, que potencia algumas destas capacidades. "Temos muito mais funcionalidades que planeamos adicionar nos próximos meses", afirmou Jassy.
Lançamento faseado e comparação com a concorrência
A distribuição da Alexa+ está a ser feita por fases, dando prioridade a dispositivos mais recentes como os Echo Show 8, 10, 15 e 21, bem como modelos Echo Dot posteriores a 2017. Eventualmente, a atualização chegará a outros equipamentos como Fire TV e tablets.
Este progresso da Amazon parece contrastar com o da Apple, cujo desenvolvimento da nova Siri potenciada por IA generativa (parte da "Apple Intelligence") enfrenta atrasos, com melhorias significativas possivelmente adiadas para 2026. Ambas as gigantes tecnológicas enfrentam desafios consideráveis na integração eficaz de modelos de linguagem complexos (LLMs) com as funcionalidades práticas e sistemas existentes das suas assistentes digitais.
Disponibilidade e o futuro
Nos Estados Unidos, a Alexa+ está incluída na subscrição Amazon Prime, estando também disponível como uma subscrição separada por cerca de 20 dólares mensais para não-membros Prime. De momento, não existe informação oficial sobre a data de lançamento ou disponibilidade da Alexa+ em Portugal ou noutros mercados europeus.
A chegada da Alexa+ marca um passo importante na evolução dos assistentes digitais, prometendo interações mais ricas e úteis. No entanto, o lançamento faseado e as funcionalidades em falta sublinham que esta transição para uma IA mais avançada é um processo contínuo e complexo.
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