A Apple volta a estar debaixo de fogo cerrado, e desta vez a pressão vem de várias frentes. Donald Trump ameaça com tarifas pesadas sobre o iPhone, a Apple Intelligence continua a desiludir e o fabrico do próximo iPhone 17 enfrenta potenciais quebras na cadeia de fornecimento. O cenário para a gigante de Cupertino parece complicar-se a olhos vistos.
A insistência de Trump: Fabricar nos EUA ou pagar (muito) caro
Donald Trump, o antigo presidente dos EUA, voltou à carga, declarando publicamente a intenção de impor uma tarifa de 25% especificamente sobre os iPhones que não sejam montados em solo americano. Esta não é a primeira vez que Trump pressiona a Apple a transferir a sua produção para os Estados Unidos. A empresa de Tim Cook já havia diversificado parte da sua produção para a Índia, numa tentativa de escapar às tarifas aplicadas aos produtos fabricados na China, mas parece que esta estratégia não é suficiente para o ex-presidente, que exige que os dispositivos da maçã sejam "Made in USA".
No entanto, segundo o reputado analista Ming-Chi Kuo, da TF International Securities, mesmo com uma tarifa de 25%, seria financeiramente mais vantajoso para a Apple absorver este custo do que transferir toda a complexa linha de montagem do iPhone para os Estados Unidos. A empresa já estará a ponderar um aumento no preço do iPhone 17, o que poderia ajudar a mitigar o impacto destas potenciais taxas.
A verdade é que ignorar os avisos de Trump pode sair caro. Se a Apple não ceder, nada impede o antigo presidente de aumentar ainda mais as tarifas. Mover a produção em larga escala para os EUA antes do final de um potencial mandato de Trump é considerado por muitos analistas como uma tarefa "impossível". Além disso, estima-se que um iPhone fabricado nos Estados Unidos poderia custar ao consumidor qualquer coisa como 3.500 dólares (cerca de 3.220 euros, à taxa de câmbio atual). Mark Gurman, jornalista da Bloomberg e especialista em Apple, também já expressou ceticismo quanto à viabilidade de um iPhone americano.
Samsung assiste de bancada enquanto Apple está na mira
Curiosamente, a Samsung, a principal rival da Apple no mercado norte-americano, não parece estar a enfrentar o mesmo nível de escrutínio. Embora também fabrique os seus telemóveis fora dos EUA e, por isso, possa estar sujeita a tarifas generalizadas, Trump não ameaçou aplicar taxas específicas aos dispositivos da marca sul-coreana. O foco parece estar, inequivocamente, no iPhone.
Mas os problemas não acabam aqui: Apple Intelligence e o iPhone 17 na berlinda
Como se a pressão das tarifas não bastasse, a Apple enfrenta outros desafios significativos. A prometida Apple Intelligence, anunciada como revolucionária, tem sido alvo de duras críticas devido a funcionalidades que ou não chegaram, ou foram lançadas incompletas ou com um desempenho abaixo do esperado. O iPhone 16, em particular, não entregou as inovações de IA que muitos consumidores aguardavam, gerando frustração.
Fugas de informação por parte de funcionários da empresa, que revelaram os motivos por detrás das falhas da Apple Intelligence, pintam um quadro de um dos maiores deslizes da Apple nos últimos anos. Não surpreende, por isso, que surjam rumores de uma possível parceria com a Google para integrar a tecnologia Gemini nos iPhones. Se a Apple continuar a perder terreno no campo da inteligência artificial, arrisca-se a ficar para trás em indústrias emergentes cruciais.
Para completar o ramalhete de preocupações, o CEO Tim Cook estará também apreensivo com possíveis falhas na cadeia de fornecimento que possam afetar o stock do futuro iPhone 17. A Apple encontra-se, assim, numa encruzilhada, e encontrar uma saída para este emaranhado de problemas exigirá negociações astutas e decisões estratégicas muito bem ponderadas, sob pena de o iPhone perder o seu cobiçado estatuto no mercado americano e, por arrasto, a nível global.
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