A Amazon continua a sua política de reestruturação e anunciou uma nova vaga de despedimentos que, desta vez, afeta as suas divisões de livros. De acordo com informações avançadas pela Reuters, dezenas de postos de trabalho foram eliminados, impactando menos de 100 funcionários das equipas do conhecido site de críticas de livros Goodreads e da plataforma de e-books Kindle.
A gigante do retalho confirmou os cortes, afirmando que a medida visa melhorar a eficiência e otimizar as operações. Segundo um porta-voz da Amazon, esta foi uma "decisão difícil" que faz parte do "trabalho contínuo para tornar as equipas e programas mais eficientes e para melhor alinhar com o roteiro de negócios da empresa". Esta justificação está em linha com a visão do CEO Andy Jassy, que já defendeu anteriormente que a redução de pessoal ajuda a eliminar a burocracia interna.
Uma reestruturação contínua com algumas contradições
Estes não são casos isolados na empresa. Recentemente, os despedimentos já tinham afetado trabalhadores da divisão de podcasts Wondery, das unidades de dispositivos e serviços, do departamento de comunicações e até mesmo pessoal das lojas físicas da Amazon.
Contudo, e de forma algo contraditória, os resultados do primeiro trimestre da Amazon mostram que a empresa, no seu todo, adicionou cerca de 4.000 postos de trabalho em comparação com o último trimestre de 2024, demonstrando um crescimento geral apesar dos cortes localizados.
A tendência não abranda no setor tecnológico
A onda de despedimentos no setor da tecnologia, que começou após o abrandamento da pandemia de Covid-19, parece não ter fim à vista, sendo agora amplificada pelo crescimento da Inteligência Artificial.
Dados recentes indicam que, só em 2025, já foram despedidos 62.832 funcionários em 141 empresas de tecnologia. Este número segue-se aos 152.922 despedimentos registados em 551 empresas durante o ano de 2024. A expectativa é que mais cortes ocorram, impulsionados por um crescimento económico mais lento, tarifas e, sobretudo, pela expansão da IA nas empresas.
O futuro da Amazon passa pela IA e robôs humanoides
Os recentes despedimentos parecem ser também um sintoma de uma mudança estratégica mais profunda na Amazon. A empresa está a preparar-se para duplicar os seus investimentos em Inteligência Artificial e robótica.
Recentemente, a Amazon anunciou a formação de uma nova equipa de "IA agentiva", focada no desenvolvimento de uma estrutura de IA para ser utilizada em robótica. Para além disso, uma nova reportagem do The Information revela que a gigante tecnológica já começou a testar robôs humanoides para a entrega de encomendas, sinalizando claramente que o futuro da sua logística poderá passar por menos interação humana e mais automação.
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