A Mundfish, o estúdio responsável por Atomic Heart, revelou os primeiros detalhes do seu novo e ambicioso projeto, The CUBE. Apresentado como um shooter multijogador online (MMO) inserido no mesmo universo, o jogo promete inovações técnicas e um mundo dinâmico. No entanto, apesar das promessas, a comunidade de jogadores permanece cética e já aponta várias falhas.
Um cubo como origem de um mundo MMO
A ideia para The CUBE nasceu, segundo o diretor do estúdio Robert Bagratuni, de um simples esboço num bloco de notas. Esse conceito inicial evoluiu para um espaço em forma de cubo em constante mutação. O jogo é um título autónomo que decorre após os eventos de Atomic Heart e que, no futuro, terá ligações com a sequela Atomic Heart 2. A revelação inicial foi feita em exclusivo ao site Wccftech, que partilhou uma visão aprofundada do projeto.
Ambição técnica e foco no multijogador
No coração de The CUBE está um sistema de renderização dividido (split rendering system), desenvolvido de raiz pelo estúdio. Esta tecnologia foi projetada para mover e rodar milhares de objetos — ou "azulejos" — em tempo real, uma característica essencial para o seu mundo em constante mudança. A arquitetura do jogo separa a física do movimento, a renderização e a sincronização, permitindo transições suaves e efeitos de gravidade dinâmicos. A tecnologia corre numa versão modificada do Unreal Engine 5, e a equipa já está a preparar um pedido de patente.
Uma mistura de MMO, shooter e exploração de masmorras
Os jogadores podem esperar uma experiência híbrida que combina a progressão ao estilo MMORPG com a jogabilidade de um shooter de ritmo acelerado. Com personagens personalizáveis, missões e eventos dinâmicos, o objetivo é garantir o envolvimento a longo prazo, com um forte foco em PvE (jogador contra ambiente). O modo PvP (jogador contra jogador) também estará disponível em zonas designadas, incluindo elementos de extração, embora o jogo não siga os formatos tradicionais de battle royale.
Uma ênfase particular é colocada nas "zonas de masmorra" — áreas desafiadoras que se tornam cada vez mais surreais e alienígenas à medida que os jogadores se aventuram mais fundo. Para fomentar o envolvimento contínuo, a equipa planeia oferecer eventos regulares, novas missões e um modelo de serviço vivo em constante evolução. Ainda não foi decidido se The CUBE será um jogo free-to-play ou se terá um modelo de preço premium.
Comunidade no Reddit levanta preocupações
Apesar da visão ambiciosa, a reação da comunidade tem sido maioritariamente negativa. Numa discussão no Reddit, os críticos apontam o design de personagens femininas excessivamente sexualizado e a fraca qualidade da dobragem como principais preocupações. Enquanto as personagens masculinas surgem com armaduras práticas e realistas, algumas personagens femininas são retratadas com trajes considerados desnecessariamente reveladores. A dobragem é frequentemente descrita como amadora e pouco polida.
De forma mais geral, existe um sentimento de ceticismo. Muitos temem que The CUBE se torne apenas mais um título visualmente impressionante que falha na jogabilidade. A confiança na Mundfish permanece abalada, especialmente tendo em conta a receção mista de Atomic Heart.
No final, The CUBE tem o potencial para se destacar como um híbrido de géneros, combinando ideias novas com profundidade técnica — desde que a jogabilidade consiga corresponder à sua ambição visual. Uma versão de teste jogável será o próximo momento crucial para a Mundfish provar o seu valor e reconquistar a confiança da comunidade. Embora ainda não haja uma data de lançamento oficial, a página do jogo na Steam indica que um anúncio poderá estar para breve.
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