
Desde a noite de sábado que os utilizadores da plataforma X na Índia se depararam com uma surpresa: as contas de notícias da agência Reuters estão inacessíveis. A situação está a gerar um clima de incerteza, com a X a culpar uma ordem legal e o governo indiano a negar qualquer envolvimento.
Um bloqueio misterioso
Quem tenta aceder à conta principal @Reuters, com mais de 25 milhões de seguidores, ou à conta @ReutersWorld a partir da Índia, encontra uma mensagem clara a informar que a conta "foi retida na Índia em resposta a uma exigência legal".
No entanto, a situação adensa-se quando, em declarações à própria Reuters, um porta-voz do governo indiano afirmou que nenhuma agência governamental fez tal pedido de bloqueio. Um porta-voz da agência de notícias já confirmou que estão "a trabalhar com o X para resolver este assunto".
A agência de notícias revelou ainda que a sua equipa de redes sociais já tinha recebido uma notificação do X em maio. Nessa comunicação, a plataforma de Elon Musk informava que iria reter conteúdo a pedido do governo indiano, embora sem especificar que agência teria feito o pedido ou qual o conteúdo exato que seria alvo da medida.
Um historial de tensão entre X e a Índia
Este episódio é apenas o mais recente num longo historial de conflitos entre a plataforma social, anteriormente conhecida como Twitter, e as autoridades indianas. A empresa, que recentemente se fundiu com a xAI de Elon Musk, tem criticado abertamente as exigências do governo da Índia para bloquear determinadas contas e publicações.
A disputa atingiu um novo patamar em março, quando o X processou o governo indiano. A queixa centra-se num novo website governamental que, segundo a empresa, permite uma "censura sem restrições da informação na Índia", ao dar a inúmeros funcionários públicos o poder de derrubar conteúdo ou bloquear contas de forma ilegal. Em sua defesa, o governo alegou que o site serve apenas para notificar as empresas sobre conteúdo online prejudicial.
Esta não é a primeira vez que o X entra em rota de colisão com um governo. No ano passado, a plataforma travou uma batalha prolongada com o Supremo Tribunal do Brasil, que resultou na suspensão das suas operações no país e numa posterior proibição que durou mais de um mês.











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