A mais recente vaga de despedimentos na Microsoft atingiu de forma particularmente irónica os estúdios da King, a produtora por detrás do popular jogo Candy Crush. Segundo relatos, vários dos funcionários dispensados passaram os últimos anos a treinar as ferramentas de Inteligência Artificial que, agora, lhes tomaram os postos de trabalho.
Uma ironia "nojenta" para os criadores
Fontes anónimas revelaram ao site da especialidade MobileGamer.biz que equipas inteiras ligadas à narrativa, design de níveis, experiência do utilizador (UX) e pesquisa, que ajudaram a construir e aperfeiçoar modelos de Inteligência Artificial para otimizar as suas próprias tarefas, estão agora a ser informadas de que os seus empregos se encontram em risco. O mesmo destino parece estar reservado a uma parte considerável da equipa de copywriting em Londres, que trabalha no jogo Farm Heroes Saga.
"O facto de as ferramentas de IA estarem a substituir pessoas é absolutamente nojento, mas tudo se resume à eficiência e aos lucros, mesmo que a empresa esteja ótima em geral", desabafou uma das fontes. Estima-se que o número total de despedimentos na King possa ultrapassar os 200, um valor inicialmente avançado pela Bloomberg.
Um sentimento de revolta que se estende à divisão Xbox
Este cenário não é exclusivo da King. O impacto da reestruturação está a ser sentido em toda a divisão de videojogos da Microsoft. Vários funcionários da 343 Industries (Halo Studios) confessaram estar "super irritados" com os despedimentos, especialmente por terem ocorrido pouco depois de um email interno de Phil Spencer, o líder da Microsoft Gaming, onde este celebrava a rentabilidade atual da Xbox.
As mesmas fontes acusam a Microsoft de estar a fazer os "possíveis e impossíveis para substituir o maior número de empregos possível por agentes de IA", uma estratégia que se alinha com a crescente aposta da empresa no seu assistente Copilot junto dos seus colaboradores.
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