
Uma nova medida em preparação pela Comissão Europeia poderá forçar as empresas de aluguer de automóveis e grandes frotas corporativas a abandonar a compra de novos veículos a combustão a partir de 2030. A notícia, avançada por uma investigação do jornal alemão Bild com base em fontes não identificadas em Bruxelas, sugere uma aceleração drástica na transição para a mobilidade elétrica, cinco anos antes da meta oficial estabelecida pela União Europeia.
Uma transição forçada para os elétricos
Segundo a publicação, gigantes do setor como a Sixt e a Europcar ficariam impedidas de adquirir novos carros a gasolina ou diesel para as suas frotas a partir de 2030. Na prática, apenas poderiam comprar veículos 100% elétricos para renovar a sua oferta.
Considerando que os carros de aluguer têm um ciclo de vida relativamente curto, permanecendo em serviço por um a dois anos, esta diretiva poderia levar a que a experiência de alugar um automóvel na Europa se tornasse exclusivamente elétrica por volta de 2032. Este cenário antecipa em três anos a proibição geral de venda de veículos novos com motor de combustão na UE, atualmente prevista para 2035.
Impacto e desafios no horizonte
A potencial medida levanta, no entanto, desafios significativos para o mercado. Por um lado, o setor aponta que os veículos elétricos (VE) ainda enfrentam obstáculos como custos de reparação mais elevados e uma procura por vezes inferior por parte dos consumidores.
Por outro lado, o impacto no mercado automóvel seria massivo. As vendas a empresas de rent-a-car representam cerca de 20% de todas as matrículas de carros novos na União Europeia. Se somarmos as frotas corporativas, este valor ascende a 60% do total. Uma mudança tão abrupta na procura iria reconfigurar toda a indústria e ter um efeito dominó no mercado de veículos usados, que seria privado de um fluxo constante de carros térmicos recentes.
Bruxelas não confirma, mas também não nega
Contactada pelo jornal alemão, a Comissão Europeia adotou uma postura cautelosa. Um porta-voz confirmou que o executivo está a "preparar regulamentação sobre vendas de automóveis", mas recusou-se a fornecer detalhes sobre os prazos ou a confirmar especificamente a data de 2030 para esta medida.
Ainda que não esteja formalizada, a simples existência desta proposta indica uma estratégia clara por parte de Bruxelas para acelerar a transição energética de forma indireta, pressionando um dos maiores segmentos do mercado automóvel a eletrificar-se muito antes do prazo final de 2035.










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