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Tesla traseira

A Tesla divulgou hoje os seus resultados financeiros para o segundo trimestre de 2025, pintando um quadro preocupante que reflete os potenciais danos causados pelas atividades políticas do seu CEO, Elon Musk. Segundo o mais recente relatório financeiro da empresa, os números, embora ligeiramente acima das expectativas de Wall Street, revelam quedas significativas em múltiplos indicadores-chave.

Resultados financeiros: um retrato agridoce

A gigante de veículos elétricos anunciou uma receita de 22,5 mil milhões de dólares (aproximadamente 20,7 mil milhões de euros), uma descida de 12% em comparação com os 25,5 mil milhões de dólares registados no mesmo período de 2024. O lucro líquido sofreu uma contração ainda maior, caindo 16% para 1,17 mil milhões de dólares (cerca de 1,08 mil milhões de euros).

A principal fonte de receita da empresa, a venda de automóveis, deslizou 16,6%, passando de 19,9 mil milhões de dólares no segundo trimestre de 2024 para 16,6 mil milhões neste último trimestre. As finanças da Tesla foram, mais uma vez, sustentadas pela venda de 439 milhões de dólares em créditos regulatórios a outros fabricantes. No entanto, esta é uma fonte de receita com os dias contados, após a aprovação pelo congresso republicano de um plano do Presidente Donald Trump para eliminar as multas a fabricantes que excedam os limites de eficiência de combustível.

Estes resultados surgem na sequência de um relatório de vendas trimestral igualmente desanimador, onde a Tesla confirmou a entrega de 384.122 veículos, uma redução de 14% face ao período homólogo de 2024. O rendimento operacional da empresa caiu 42% para menos de mil milhões de dólares, e a sua reserva de caixa diminuiu em 200 milhões de dólares, fixando-se nos 36,8 mil milhões. O fluxo de caixa livre foi de apenas 100 milhões, com alguns analistas a preverem que este indicador possa tornar-se negativo ainda este ano, o que poderia desencadear uma queda acentuada no preço das ações.

A política de Trump e as distrações de Musk

No seu relatório, a Tesla aponta para a incerteza económica causada pela guerra comercial da administração Trump e para o "sentimento político" que tornou a sua marca tóxica para muitos consumidores. Contudo, a empresa evitou mencionar diretamente as polémicas de Musk como causa para a quebra de receitas, preferindo citar a queda nas vendas, a redução de preços e a menor receita de créditos regulatórios.

Após anos de crescimento exponencial, esta inversão súbita serve como um exemplo do que acontece quando uma empresa parece estar em piloto automático enquanto o seu CEO se distrai com outras missões. Musk, apesar de se ter afastado publicamente da sua controversa posição no governo Trump e de agora estar em conflito com o presidente, não abandonou a arena política, tendo anunciado recentemente a criação de um novo partido chamado "America Party".

Enquanto Musk aprofunda a sua incursão na política, os investidores pedem que se concentre na Tesla e nos seus dispendiosos projetos, como os carros autónomos e os robôs humanoides.

O futuro da Tesla: entre robôs, carros acessíveis e descontos

Apesar dos desafios, a empresa avança com os seus planos. A Tesla refere ter concluído as "primeiras montagens de um modelo mais acessível em junho, com produção em volume planeada para a segunda metade de 2025". Espera-se que estes modelos sejam versões simplificadas do Model 3 e do Model Y, em vez de um veículo totalmente novo. O desenvolvimento do camião Tesla Semi e do Cybercab continua, com a produção em volume prevista para 2026.

A empresa também lançou o seu primeiro serviço de robotáxi em Austin, no Texas, no mês passado, embora com limitações significativas: estava apenas disponível para um grupo de influenciadores e cada veículo contava com um monitor de segurança.

Com a concorrência a aquecer na China e na Europa, e com o fim iminente dos incentivos federais nos EUA em setembro, prevê-se que as vendas da Tesla sofram ainda mais. A resposta da empresa tem sido uma agressiva campanha de descontos e incentivos de financiamento para todos os seus modelos, numa tentativa de capitalizar aquela que pode ser a sua última grande oportunidade para um trimestre de vendas bem-sucedido este ano.




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