
Durante a mais recente apresentação de resultados da Tesla, Elon Musk, fiel ao seu estilo, pôs um ponto final nos meses de especulação sobre o próximo modelo acessível da marca. Após forte insistência por parte dos investidores, o segredo foi revelado, e o desfecho foi um verdadeiro anticlímax para quem esperava uma revolução.
Ao longo dos últimos meses, os rumores apontavam para um novo Model Q ou para a ressurreição do projeto do "Tesla de 25 mil dólares", conhecido como Model 2, que tinha sido entretanto arquivado. A especulação mais recente já sugeria que o novo veículo seria, na verdade, uma versão mais compacta e económica do popular Tesla Model Y.
Agora, a confirmação chegou pela voz do próprio CEO da Tesla, que, sem rodeios, admitiu: “É apenas um Model Y. Pronto, já deixei escapar o segredo.” Com esta declaração, Musk confirmou que a estratégia da marca não passa por criar um modelo de raiz, mas sim por simplificar um sucesso de vendas para o tornar mais acessível a um público mais vasto.
Uma estratégia focada na carteira dos consumidores
Ainda que sem avançar com preços concretos ou uma data de lançamento específica, Elon Musk explicou a lógica por detrás desta decisão. Para o líder da Tesla, a barreira à adoção massiva de carros elétricos não é a falta de interesse, mas sim a capacidade financeira.
“O maior obstáculo para que mais pessoas comprem um elétrico é que simplesmente não têm dinheiro suficiente na conta bancária para o fazer”, afirmou Musk. “Não é falta de vontade, é falta de capacidade”, reforçou, sublinhando que o objetivo é democratizar o acesso à mobilidade elétrica.
Apesar do tom descontraído de Musk, Lars Moravy, vice-presidente de engenharia da Tesla, trouxe uma perspetiva mais concreta, indicando que esta nova versão do Model Y deverá chegar ao mercado ainda antes do final deste ano.
O que vai mudar para o Model Y ser mais barato?
Para conseguir reduzir o preço, a Tesla irá recorrer a um método conhecido internamente como "depop", que consiste em "despovoar" o veículo de certos equipamentos e acabamentos. Especula-se que a nova variante do Model Y venha equipada com uma bateria de menor capacidade, inferior aos atuais 60 kWh da versão de entrada, ou um motor menos potente.
Além disso, vários elementos de conforto e tecnologia deverão ser removidos ou simplificados. A lista de potenciais cortes inclui:
Bancos em pele com regulação elétrica
Ecrã de entretenimento traseiro
Suspensão adaptativa
Filtro de ar HEPA
Isolamento acústico reforçado
Sistema de som de qualidade superior
Apesar desta dieta de equipamentos, a empresa garante que todas as funcionalidades de condução semiautónoma continuarão disponíveis, um dos principais fatores de atração da marca.
Uma receita que a Tesla já testou com sucesso
Esta não é a primeira vez que a Tesla adota esta estratégia. A marca já aplicou uma abordagem semelhante ao Model 3 vendido no mercado mexicano, o que permitiu uma redução de preço a rondar os 4.000 dólares (cerca de 3.600 euros) em comparação com as versões de entrada de outros mercados.
Nesse caso, o Model 3 foi simplificado com estofos em tecido em vez de pele vegan, e perdeu equipamentos como o ecrã traseiro e o aquecimento do volante e dos bancos. A fórmula parece ter resultado e será agora aplicada ao Model Y para atacar um novo segmento de mercado, tornando-o no Tesla mais acessível de sempre.










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