
O Extremo Oriente da Rússia foi abalado, na madrugada desta quarta-feira, por um dos terramotos mais fortes alguma vez registados na região, gerando ondas de tsunami que levaram à emissão de alertas desde o Japão até ao Havai e por toda a bacia do Pacífico.
O epicentro do sismo e a sua magnitude devastadora
O sismo, que ocorreu por volta da meia-noite em Portugal (8h25 da manhã no Japão), teve uma magnitude inicial de 8.0, segundo as primeiras medições de sismólogos japoneses e norte-americanos. No entanto, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) reviu posteriormente a magnitude para uns impressionantes 8.8. O terramoto teve origem a uma profundidade de 20,7 quilómetros.
O epicentro foi localizado a aproximadamente 119 quilómetros a sudeste da cidade russa de Petropavlovsk-Kamchatsky, um centro populacional com cerca de 180.000 habitantes na Península de Kamchatka. Após o abalo principal, seguiram-se múltiplas réplicas, algumas atingindo a magnitude de 6.9.
Primeiros impactos na Rússia e Japão
As consequências imediatas fizeram-se sentir perto do epicentro. Alexander Ovsyannikov, presidente da câmara de Severokurilsk, confirmou que o porto pesqueiro da cidade foi inundado por ondas de tsunami, embora não tenham sido reportados danos estruturais significativos na cidade. O fornecimento de energia foi interrompido como medida de precaução.
No Japão, a população das áreas costeiras foi instruída a deslocar-se para centros de evacuação. Até ao momento, as autoridades não relataram quaisquer anomalias no funcionamento das centrais nucleares do país.
Alerta máximo no Havai e na costa dos EUA
Ondas de tsunami com alturas entre três a quatro metros foram registadas em Kamchatka. Na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, as ondas atingiram os 60 centímetros, enquanto nas Ilhas Aleutas, no Alasca, foram observadas ondas de cerca de 30 centímetros acima do nível do mar.
No Havai, o governador Josh Green informou que os dados do Atol Midway, localizado entre o Japão e o arquipélago norte-americano, mediram ondas de 1,8 metros do pico ao vale. O governador alertou que as ondas que atingem o Havai podem ter uma dimensão variável e acionou helicópteros Black Hawk e veículos anfíbios para eventuais operações de resgate. Na capital, Honolulu, o alerta provocou grandes congestionamentos de trânsito, com os cidadãos a tentarem afastar-se da costa.
Na costa oeste dos Estados Unidos, o Departamento de Gestão de Emergências do Oregon emitiu um aviso para pequenas ondas de tsunami, com alturas previstas entre 30 e 60 centímetros, apelando à população para se manter afastada de praias, portos e marinas.
A natureza de um tsunami: mais do que uma simples onda
Dave Snider, coordenador de alertas no Centro Nacional de Alerta de Tsunamis do Alasca, explicou a complexidade do fenómeno. Um tsunami não é uma onda isolada, mas "uma série de ondas poderosas" que viajam a velocidades de um avião a jato em mar alto. Ao aproximarem-se da costa, perdem velocidade mas ganham altura, aumentando drasticamente o risco de inundação.
Snider alertou que o impacto pode durar várias horas ou mesmo mais de um dia, com as ondas a moverem-se "para a frente e para trás durante bastante tempo". A informação está a ser acompanhada e divulgada pela agência Associated Press, que monitoriza a situação em todo o Pacífico.










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