
A OpenAI parece ter um apetite insaciável por poder de computação e acaba de assinar mais um acordo estratégico para alimentar os seus ambiciosos modelos de Inteligência Artificial (IA). Desta vez, a empresa juntou-se à Broadcom para a produção de chips e sistemas personalizados que serão utilizados tanto na sua infraestrutura como nos centros de dados dos seus parceiros.
Este novo acordo prevê a entrega de 10 gigawatts (GW) em chips e representa um valor de "vários milhares de milhões de dólares". Os aceleradores de IA e os respetivos sistemas estão a ser desenhados pela OpenAI, com a Broadcom a encarregar-se da implementação.
Uma parceria estratégica de vários biliões
Segundo a informação partilhada, a implementação destes novos sistemas começará na segunda metade do próximo ano, com o objetivo de concluir o processo até ao final de 2029. Embora o anúncio seja recente, as duas empresas já colaboram há cerca de 18 meses, um esforço agora formalizado na parceria estratégica entre a OpenAI e a Broadcom. O CEO da Broadcom referiu recentemente que um novo cliente, não identificado na altura, teria feito uma encomenda no valor de 10 mil milhões de dólares, o que coincide com os contornos deste negócio.
NVIDIA e AMD também estão na corrida
Este acordo com a Broadcom não é um caso isolado e faz parte de uma estratégia agressiva da OpenAI para garantir uma capacidade de computação massiva. A empresa já tinha fechado acordos semelhantes com outros gigantes da indústria. A NVIDIA está a investir 100 mil milhões de dólares na OpenAI e irá fornecer 10 GW de infraestrutura de IA.
Paralelamente, a AMD comprometeu-se a fornecer 6 GW de poder de computação, num negócio avaliado em dezenas de milhares de milhões de dólares. Tal como no acordo com a Broadcom, espera-se que as implementações da NVIDIA e da AMD também comecem na segunda metade de 2026. A somar a isto, a OpenAI assinou em julho um acordo com a Oracle para obter 4,5 GW de capacidade de data center, como parte do seu projeto Stargate.
A visão de 250 gigawatts: uma ambição de 10 biliões de dólares
Estes investimentos massivos inserem-se num plano ainda mais grandioso. Sam Altman, CEO da OpenAI, terá comunicado internamente que o objetivo da empresa é construir 250 GW de poder de computação nos próximos oito anos. Este valor é um salto gigantesco face aos 2 GW que se espera que a OpenAI tenha até ao final deste ano. Para se ter uma ideia da escala, 250 GW representam cerca de um quinto de toda a capacidade de geração de energia dos Estados Unidos.
O custo para adquirir esta capacidade é igualmente astronómico, estimado em cerca de 10 biliões de dólares. Sam Altman admitiu que a empresa terá de desenvolver novas ferramentas financeiras para concretizar esta visão, embora não tenha detalhado quais. Mesmo com os acordos atuais, a OpenAI já tem compromissos na ordem das centenas de milhares de milhões de dólares. Apesar de contar com investidores de peso como a Microsoft, não existe nenhuma entidade capaz de injetar 10 biliões de dólares na empresa. Atualmente, a receita da OpenAI, que se espera que atinja os 13 mil milhões de dólares este ano, está muito longe de conseguir cobrir esta ambição.











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