
O otimismo em torno da Inteligência Artificial (IA) tem feito disparar as ações e as avaliações das empresas de tecnologia, mas duas das mais importantes instituições financeiras do mundo estão a alertar para os perigos. Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) como o Banco de Inglaterra avisam que uma bolha especulativa no setor da IA pode estar prestes a rebentar, com consequências imprevisíveis para os mercados globais.
Durante uma conferência no Milken Institute, em Washington, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, deixou um aviso claro: "a incerteza é o novo normal e veio para ficar". Aconselhando todos a "apertarem os cintos", Georgieva sublinhou que os preços das ações globais estão a subir, "impulsionados pelo otimismo sobre o potencial da IA para aumentar a produtividade".
O risco de uma correção acentuada nos mercados
A preocupação é partilhada pelo Banco de Inglaterra, que afirma que "o risco de uma correção acentuada do mercado aumentou". A instituição britânica considera que "as avaliações do mercado de ações parecem esticadas, particularmente para as empresas de tecnologia focadas em inteligência artificial".
Um dos principais receios é que a tecnologia de IA possa não corresponder às enormes expectativas que foram criadas. Num registo de uma reunião recente, o Comité de Política Financeira do banco aponta para fatores de risco como "um progresso dececionante na capacidade/adoção da IA ou um aumento da concorrência, o que poderia levar a uma reavaliação dos lucros futuros atualmente elevados".
O frenesim desde o lançamento do ChatGPT
A atual febre da Inteligência Artificial começou em força com o lançamento do ChatGPT da OpenAI em 2022, que desencadeou uma onda de investimentos sem precedentes. A Microsoft, por exemplo, investiu milhares de milhões na OpenAI, e gigantes como a Google, com o Gemini, e a Apple, com a Apple Intelligence, seguiram o exemplo com os seus próprios produtos.
Desde então, a corrida pela supremacia na IA levou a acordos de centenas de milhares de milhões de dólares com fabricantes de hardware como a NVIDIA e a AMD. Empresas concorrentes, como a Anthropic, encontraram o apoio de outros gigantes tecnológicos como a Amazon. A proliferação da tecnologia continua a entrar em novos espaços, desde a música até provadores virtuais de sapatos. Resta saber se o entusiasmo se traduzirá em valor real ou se a bolha acabará mesmo por rebentar.











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