
O cenário da cibersegurança está a tornar-se cada vez mais perigoso e a tendência é para piorar. O alerta é deixado por Joe Levy, presidente executivo (CEO) da Sophos, que numa entrevista à agência Lusa, sublinha que o volume de ciberataques está num ritmo de aceleração constante. Embora a Inteligência Artificial (IA) seja uma das ferramentas que potencia esta ameaça, também se assume como uma das armas mais importantes para a combater.
Questionado sobre o estado atual dos ciberataques, Joe Levy é direto: "a resposta correta é: sempre maior que ontem". O líder da empresa de cibersegurança, que oferece soluções avançadas como Deteção e Resposta Geridas (MDR), acredita que esta é uma situação que, infelizmente, "deve continuar a acelerar".
A ameaça do cibercrime e a oportunidade do ransomware
Na perspetiva do CEO, "parece haver cada vez mais atividade de cibercriminosos o tempo todo". O crescimento da área de ataque, aliado à crescente complexidade das cadeias de abastecimento globais, cria um terreno fértil para novas oportunidades para os atacantes.
Técnicas como o ransomware, que visam a extorsão através do sequestro de dados, oferecem uma "monetização imediata" após um ataque bem-sucedido, incentivando ainda mais estas práticas. "Infelizmente, devo dizer que isso é algo que temos visto a acelerar e provavelmente deve continuar a acelerar", reforça.
Inteligência Artificial: a faca de dois gumes na cibersegurança
E qual o papel da Inteligência Artificial (IA) neste cenário? "A IA desempenha um papel fundamental nisso", afirma Joe Levy, explicando que existem "boas e más notícias".
A má notícia é que os cibercriminosos já estão a utilizar a IA para aperfeiçoar os seus ataques. "Vemos uma rápida melhoria na sofisticação e na realidade dos ataques de engenharia social", como o 'phishing', que manipula as vítimas para fornecerem dados confidenciais. Embora a engenharia social não seja uma novidade, a IA veio "melhorar o seu desempenho".
Por outro lado, a boa notícia é que a IA também está a ser usada "para melhorar as defesas, para melhorar a descoberta de vulnerabilidades no 'software' e para encontrar pontos fracos". No final, resume o CEO da Sophos, "é uma corrida ao armamento, como sempre foi e agora está hiperacelerada pela disponibilidade da IA".
A Sophos em Portugal
A Sophos, sediada no Reino Unido, tem uma presença consolidada em Portugal, onde conta com cerca de 4.000 clientes. A empresa entrou no mercado nacional há aproximadamente 16 anos, através de uma rede de parceiros. Atualmente, a operação é gerida por uma equipa ibérica integrada, composta por 52 pessoas, que serve tanto Portugal como Espanha como uma única região.










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