
Enquanto os gigantes tecnológicos mundiais lutam para encontrar fontes de energia sustentáveis para os seus famintos centros de dados, uma empresa chinesa está a explorar uma solução radical: colocar tudo debaixo de água e ligá-lo a turbinas eólicas. A empresa chinesa HiCloud acaba de lançar a primeira fase de uma instalação de 24 megawatts ao largo da costa de Xangai, um projeto pioneiro que promete redefinir a eficiência energética.
Um gigante movido a vento e arrefecido pelo mar
Este ambicioso projeto, com um custo de aproximadamente 210 milhões de euros, destaca-se pela sua abordagem inovadora à sustentabilidade. Segundo o New Atlas, cerca de 95% da energia consumida pelo data center provém de fontes eólicas offshore. Além disso, o sistema de arrefecimento aproveita as correntes oceânicas frias, uma solução natural que elimina a necessidade de dispendiosos e poluentes sistemas de climatização. Estima-se que esta configuração permita uma redução do consumo total de energia em cerca de 23% em comparação com os centros de dados tradicionais em terra.
Esta não é uma aposta isolada da China. Há menos de um mês, a HiCloud concluiu o primeiro data center submarino comercial do país, localizado a 35 metros de profundidade ao largo da costa de Hainan. Esse projeto é composto por uma série de módulos submersíveis, cada um capaz de albergar entre 400 a 500 servidores, ligados entre si e ao continente por um cabo de telecomunicações submarino. Inserido na estratégia governamental "Eastern Data, Western Computing", o objetivo é expandir esta rede para cerca de 100 módulos.
Onde a Microsoft parou, a China acelera
A ideia de colocar servidores no fundo do mar não é totalmente nova. A Microsoft foi a pioneira com o seu Project Natick em 2015, um programa piloto que demonstrou a viabilidade do conceito. No entanto, em junho de 2024, a gigante americana confirmou que tinha abandonado a implementação de novos data centers subaquáticos, mantendo o projeto apenas como uma plataforma de investigação para testar novos conceitos de fiabilidade e sustentabilidade.
Com a Microsoft a recuar, a China posiciona-se como o único país a avançar de forma decidida com não um, mas dois projetos de data centers subaquáticos em desenvolvimento. Resta saber se a aposta chinesa terá sucesso onde a gigante de Redmond apenas mergulhou os pés, provando que o futuro do armazenamento de dados pode, de facto, estar no fundo do oceano.











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