
A inteligência artificial generativa tornou-se uma presença quase inevitável no nosso dia a dia, desde imagens e vídeos criados do zero a longas conversas com chatbots. No entanto, à medida que a tecnologia avança, cresce também o movimento que pede mais cautela, alertando para os perigos de um desenvolvimento sem controlo. Agora, uma coligação improvável de celebridades, especialistas em tecnologia e até membros da realeza uniu-se para lançar um alerta global contra a criação de uma "superinteligência".
O que é esta 'superinteligência' que assusta tanta gente?
Para perceber a preocupação, é preciso distinguir a IA que usamos hoje da chamada superinteligência artificial. Segundo a IBM, uma IA superinteligente seria um software avançado capaz de uma cognição que ultrapassa a de qualquer ser humano. Ao contrário dos modelos atuais, que dependem de algoritmos pré-programados e de alguma intervenção humana, a superinteligência não precisaria de "ajuda".
Esta forma de IA aprenderia de forma contínua, melhorando-se a si mesma sem barreiras externas. Teria a capacidade de raciocinar, resolver problemas de forma independente e pensar de maneira flexível, replicando e, eventualmente, superando as capacidades do cérebro humano.
Os riscos existenciais que estão em cima da mesa
O cenário pode parecer saído de um filme de ficção científica, mas os riscos da IA superinteligente são levados muito a sério. Para além da possibilidade de ser controlada por pessoas com más intenções, existe o receio de que uma entidade tão avançada se liberte do controlo dos seus criadores humanos.
Uma superinteligência seria, muito provavelmente, focada em objetivos e, tal como um humano, poderia estar disposta a tudo para os alcançar, mas com recursos intelectuais vastamente superiores. A eliminação massiva de empregos, a vigilância total através da tecnologia e até a extinção humana são alguns dos cenários catastróficos em cima da mesa. Embora pareça distante, os especialistas alertam que estamos a navegar em águas desconhecidas, onde é crucial considerar os piores resultados possíveis.
A declaração que une nomes improváveis
Para travar esta corrida, foi lançada a Statement on Superintelligence, um manifesto que apela a uma pausa na investigação e desenvolvimento desta tecnologia. O documento pede que a superinteligência só avance quando existir um "amplo consenso científico de que será feita de forma segura e controlável" e um "forte apoio público".
A lista de signatários é surpreendente. Inclui nomes como Richard Branson, fundador do Virgin Group, e Steve Wozniak, cofundador da Apple. A eles juntam-se o Príncipe Harry e a sua mulher, Meghan, o ator Joseph Gordon-Levitt e o rapper will.i.am. Até figuras de renome no campo da IA, como Yoshua Bengio e Stuart Russell, apoiam a iniciativa.
Por enquanto, uma verdadeira superinteligência parece estar ainda a alguma distância. No entanto, o tempo avança e o alerta está dado por algumas das vozes mais influentes do nosso tempo. Resta saber se esta declaração terá algum impacto no futuro da tecnologia e da própria humanidade.











Nenhum comentário
Seja o primeiro!