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Emojis vermelhos

 

A inteligência artificial integrou-se profundamente em vários aspetos da sociedade, e as forças policiais não são exceção. Na Austrália, a polícia está a desenvolver uma ferramenta de IA com um objetivo muito específico: traduzir o calão moderno e os emojis utilizados por jovens criminosos em grupos de ódio e violência, conhecidos como "crimefluencers".

 

Estes jovens, que pertencem maioritariamente à Geração Z e Alfa, são atraídos para comunidades online descentralizadas onde a retórica violenta é comum. De acordo com o site The Register, a comissária da Polícia Federal Australiana (AFP), Krissy Barrett, explicou que estes "crimefluencers" são motivados pela anarquia e pelo desejo de magoar os outros, sendo as suas vítimas mais frequentes raparigas pré-adolescentes e adolescentes.

 

Dentro destes grupos, os membros coordenam ataques no mundo real usando uma linguagem codificada, especialmente através de emojis, que é difícil de interpretar pelos investigadores.

 

Como é que a Inteligência Artificial pode ajudar?

 

Para combater esta nova forma de criminalidade, a AFP está a desenvolver um "protótipo de ferramenta de IA que irá interpretar emojis e o calão das gerações Z e Alfa em comunicações encriptadas e grupos de conversação". Embora os detalhes exatos não tenham sido divulgados, a tecnologia será provavelmente um modelo de linguagem natural multimodal, treinado para compreender a semântica e o contexto.

 

O desafio é que o significado dos emojis e do calão muda constantemente. O emoji do crânio (💀), por exemplo, que tradicionalmente representa a morte, é hoje frequentemente usado online para significar "morrer a rir". Da mesma forma, um emoji de pizza (🍕) pode significar literalmente uma pizza ou, em certos contextos, ser um código para uma entrega de droga.

 

A IA terá de ser treinada com uma vasta quantidade de dados de redes sociais como o Instagram e o TikTok, bem como com conjuntos de dados internos de investigações anteriores. Ao analisar o contexto, o modelo de linguagem aprenderá a distinguir entre uma conversa inofensiva e uma que sinaliza um perigo real.

 

Uma ferramenta numa estratégia mais ampla

 

Esta ferramenta de IA é apenas uma parte de um esforço mais vasto para combater o crime da nova era. A AFP já uniu forças com o "Five Eyes Law Enforcement Group", que inclui agências dos EUA, Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia. Esta colaboração já resultou na detenção de vários suspeitos, com idades entre os 17 e os 20 anos, de um total de 59 indivíduos sinalizados.

 

No entanto, a criatividade humana continua a ser insubstituível. A comissária Barrett destacou um caso recente de lavagem de criptomoedas, onde um cientista de dados conseguiu decifrar manualmente uma frase de recuperação codificada que valia milhões, ao identificar um padrão que a IA não tinha detetado. "Embora o poder computacional seja essencial," afirmou, "nem sempre é tão criativo e inovador como um ser humano."

 

A AFP está também a explorar outras técnicas forenses pouco ortodoxas, como a utilização de telemóveis encontrados enterrados com cadáveres para ajudar a determinar a idade, causa e método da morte. A introdução da ferramenta de IA é, assim, o próximo passo na visão da Austrália para controlar o crime online numa escala maior, à medida que este continua a evoluir com a tecnologia.




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