
A frota de robotáxis da Tesla, que opera em Austin, no Texas, voltou a ser notícia, e não pelos melhores motivos. Um novo acidente foi registado em setembro, marcando o quarto incidente desde o lançamento do serviço em junho. O mais preocupante, no entanto, é a tentativa da empresa de manter os detalhes em segredo, uma prática que levanta sérias questões sobre a segurança e a transparência da tecnologia.
O secretismo da Tesla volta a atacar
De acordo com um relatório de acidentes atualizado esta semana pela Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário (NHTSA) dos EUA, a colisão ocorreu num parque de estacionamento quando um robotáxi embateu num "objeto fixo". O relatório, partilhado pelo site Electrek, revela que não houve feridos, apenas danos materiais. No entanto, a maioria dos detalhes sobre o que realmente aconteceu foi ocultada pela Tesla, que justifica a omissão alegando "informação comercial confidencial". Esta prática de secretismo tem sido recorrente, contrastando com a maior transparência de outras empresas do setor.
Uma frequência de acidentes preocupante
Apesar de se tratar de um acidente aparentemente menor, a frequência com que estas colisões ocorrem é alarmante. O serviço opera numa área limitada e exaustivamente mapeada de Austin, e cada veículo conta com um "supervisor de segurança" humano no banco do passageiro, pronto para intervir, para além de operadores remotos que podem assumir o controlo quando necessário. Mesmo com toda esta supervisão, os números são preocupantes.
A frota percorreu cerca de 402.000 quilómetros desde o seu lançamento, o que se traduz num acidente a cada 100.500 quilómetros. Em comparação, o serviço da Waymo, que opera sem qualquer supervisor humano a bordo, regista um acidente a cada 158.600 quilómetros.
O futuro sem supervisão humana
A situação torna-se ainda mais delicada quando se considera a promessa recente de Elon Musk, que anunciou a intenção de remover os supervisores de segurança dos veículos "até ao final do ano". Com uma taxa de acidentes superior à da concorrência, mesmo com ajuda humana, a decisão de avançar para uma operação totalmente autónoma gera muitas dúvidas sobre a real prontidão da tecnologia da Tesla. A falta de transparência nos relatórios de acidentes apenas serve para adensar as preocupações sobre a segurança do serviço.











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