
Uma história insólita chega-nos de Xangai, na China, onde um trabalhador preferiu apresentar a sua demissão a ter de entregar um prémio que a sorte lhe destinou. O objeto da discórdia não foi um bónus monetário ou um contrato, mas sim uma placa gráfica Nvidia RTX 5060.
O caso remonta a 14 de novembro, quando o funcionário se encontrava numa viagem de negócios à cidade de Suzhou. A deslocação foi custeada pela empresa com o objetivo de participar num roadshow da Nvidia. Durante o evento, o colaborador participou num sorteio aberto ao público e acabou por ser o vencedor da GPU, um componente de hardware avaliado em cerca de 3.000 yuans (aproximadamente 400 euros).
O prémio da discórdia
O que deveria ter sido um motivo de celebração transformou-se rapidamente num conflito laboral assim que o funcionário regressou ao escritório. A direção da companhia defendeu que, uma vez que a viagem e a participação no evento tinham sido pagas pela empresa, qualquer "lucro" ou prêmio obtido nesse contexto passava a ser, tecnicamente, um ativo corporativo.
O departamento de Recursos Humanos (RH) interveio para pressionar a devolução do hardware. Perante a recusa do colaborador em entregar o prémio, os RH lançaram um ultimato, sugerindo que ele "procurasse outra empresa" caso não concordasse com a política interna.
Uma demissão imediata
A resposta do funcionário foi perentória: apresentou a sua carta de demissão no próprio dia, encerrou o vínculo laboral e levou a placa gráfica consigo para casa.
De acordo com especialistas jurídicos locais, a lei parece estar do lado do ex-funcionário. A não ser que exista uma cláusula explícita no contrato de trabalho que determine que prémios de sorteios pertencem à empresa, a posse do item é de quem detinha o bilhete premiado. A participação num sorteio aleatório não configura, por si só, uma atividade laboral direta.
Nas redes sociais chinesas, a opinião pública colocou-se massivamente do lado do trabalhador, apontando a hipocrisia da situação. Um comentário popular resumiu o sentimento geral: "Se ele tivesse apanhado uma multa de 50 mil yuans durante o evento, será que a empresa assumiria a dívida com a mesma vontade com que reclamou o prémio?". Este episódio serve agora de alerta para a necessidade de clareza nas políticas empresariais sobre brindes em eventos corporativos.










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