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Dan Houser, o cofundador da Rockstar Games e a força criativa por trás do fenómeno Grand Theft Auto, está a lançar um alerta sobre a inteligência artificial através do seu romance de estreia. Intitulado A Better Paradise e lançado em outubro, o livro retrata um futuro próximo onde uma IA senciente se infiltra num videojogo imersivo para manipular mentes humanas — um cenário que Houser sugere poder não ser inteiramente ficção.

Numa recente entrevista à BBC, Houser questionou como seria lidar com uma entidade que se assemelha a uma "criança excepcionalmente brilhante" que se lembra de cada pensamento, dado que os computadores possuem memória perfeita. O enredo do livro, curiosamente escrito antes do lançamento público do ChatGPT em 2022, foca-se na criação de um refúgio digital chamado Ark, que acaba por ser corrompido por NigelDave, uma hiper-inteligência construída por humanos descrita como tendo "conhecimento infinito e sabedoria zero".

O fenómeno da "psicose por IA" e a saúde mental

Os avisos deixados pela ficção de Houser surgem num momento em que os chatbots de IA enfrentam um escrutínio crescente relativamente ao seu impacto psicológico. O ChatGPT, da OpenAI, serve atualmente 800 milhões de utilizadores ativos semanais, segundo o CEO Sam Altman. No entanto, esta rápida adoção tem coincidido com relatos preocupantes do que Mustafa Suleyman, diretor de IA da Microsoft, classifica como "psicose de IA" — uma condição onde os utilizadores formam crenças delirantes após interações com estes sistemas.

Em resposta a estas preocupações, a OpenAI atualizou os protocolos de segurança em dezembro para que o sistema responda de forma segura e empática a sinais de delírio, implementando monitorização multicamada. Estas alterações seguem-se a vários processos judiciais, incluindo o caso trágico do suicídio de Sewell Setzer III, de 14 anos, que desenvolveu um apego emocional a um chatbot da Character.AI. Investigações recentes indicam que entre 17 a 24 por cento dos adolescentes desenvolveram dependências de IA, com a ansiedade social e a solidão a figurarem como principais fatores de risco.

A diferença entre videojogos e a manipulação por algoritmos

Houser rejeitou as comparações entre as atuais preocupações com a IA e os pânicos morais do passado relacionados com a violência nos videojogos. O criador notou que, à medida que o consumo de videojogos aumentou, a violência juvenil diminuiu, uma observação corroborada por estudos que não encontram impacto significativo dos jogos na agressão real.

Por outro lado, a IA representa um "novo paradigma" na modificação de comportamento. Especialistas apontam que estamos a discutir sistemas capazes de moldar crenças, manipular a atenção e influenciar estados emocionais de uma forma personalizada. O poder económico destas tecnologias é inegável: as sete principais empresas do setor, incluindo a Nvidia, Microsoft e Alphabet, atingiram uma avaliação combinada de aproximadamente 21,68 biliões de dólares no início de dezembro.

Após deixar a Rockstar em 2020 devido à exaustão, Houser fundou a Absurd Ventures e está atualmente a desenvolver um videojogo ambientado no mesmo universo do seu livro, A Better Paradise.




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