Como surgiram os símbolos digital? Saiba como.
Os símbolos universais dos computadores interdependem de hardware, sistemas operacionais, marca, país, credo ou classe social. Eles padronizam e tornam nosso dia a dia muito mais simples. Mas os símbolos das principais tecnologias não surgiram do nada, eles foram pensados, arquitectados e implementados. Você sabe dizer de onde veio o "@"? E o tridente que representa o USB? Então passe para a próximo texto e descubra.
Não se sabe ao certo a origem do símbolo arroba, mas imagina-se que tenha surgido ainda na Antiguidade, entre as civilizações gregas e romanas para abreviar a expressão de equivalência entre o peso de mercadorias.Com o passar do tempo, o arroba tornou-se uma unidade de medida, geralmente utilizada no comércio de animais ou grãos: 1@ = 14,688 kg.A utilização do símbolo na informática só se deu em 1971, quando o programador Ray Tomilson o utilizou pela primeira vez por pura simpatia e comodidade. Ray necessitava de um símbolo compatível com a maioria dos sistemas em rede e que fosse diferente o bastante para não ser confundido com os caracteres dos nomes das pessoas. A moda pegou e não se manda um e-mail (ou tuíte) sem digitá-lo.
O símbolo do Bluetooth está directamente ligado ao nome da tecnologia, que por sua vez é uma homenagem ao antigo rei da Dinamarca Herald Bluetooth. Os criadores da tecnologia resolveram nomeá-la dessa maneira porque, assim como Herald, que uniu tribos norueguesas, suecas e dinamarquesas, o Bluetooth tem a intenção de conectar diversos eletrônicos em torno de uma mesma porta.O símbolo é a junção de duas letras, Hagall e Berkanan, pertencentes a dois alfabetos nórdicos.
O símbolo de liga/desliga ficou tão popular que se estendeu a outros aparelhos além do universo dos computadores, mas sua origem é, digamos, bem digital. Note que desenho é formado de um circulo e um risco, que representam o código binário, ou seja, os números 0 e 1 ou "desligado" e "ligado", respectivamente.
Os criadores da tecnologia USB necessitavam de um símbolo que traduzisse a função do Universal Serial Bus em conectar vários dispositivos utilizando a mesma porta. Por isso o criador do logo colocou formas geométricas diferentes em cada extremidade, unidas por uma fonte única, universal. Exactamente como a gente faz com os inúmeros gadgets que utilizam a porta USB do computador. Há quem diga que a inspiração foi o mitológico tridente de Netuno, utilizado pelo deus grego do mar, o Poseidon. Mas isso é outra história...
Presente em praticamente todos os electrónicos e softwares tocadores de media do mundo, o símbolo de pause parece óbvio, mas tem uma origem incerta. A teoria mais aceita é que ele deriva da "Caesura", uma pausa no texto indicada por dois riscos "II", presente em escrituras arcaicas do Latim e do Grego. Em partituras musicais, dois pequenos riscos paralelos indicam uma parada total no tempo da música.
O logo que iconiza os feeds de notícias foi criado pela Mozilla Foundation e utilizado pela primeira vez na primeira versão navegador Firefox em 2005. Posteriormente, depois que a Mozilla o tornou domínio público, foi adoptado por outros navegadores, como o Internet Explorer e Opera. O significado do ponto central e de ondas que se propagam a partir dele nunca foi divulgado oficialmente, mas não é difícil de interpretar, já que a função da tecnologia é justamente tornar a leitura de notícias provenientes de um site, fácil e ágil.
A carinha feliz é uma das coisas que permanecem das primeiras versões do sistema operacional Mac OS, da Apple. Ela aparecia sempre que a inicialização do sistema era realizada com sucesso. Caso contrário, uma carinha triste e um som desanimador informavam o utilizador do problema no sistema. O símbolo se tornou marca registada e os artistas Tom Hughes and John Casado o estilizaram como uma pintura de Pablo Picasso (Two Characters). Desde 2002, quando a Apple resolveu dar nomes de felinos aos sistemas operativos, o logo é usado apenas no Finder, um programa de busca e gestão de ficheiros dentro do HD.
A origem da seta é intrinsecamente ligada à criação do rato e da interface gráfica. E o gênio por trás dessas invenções é o norte-americano e professor de Stanford Douglas Engelbart, que na época, em 1963, criou o primeiro computador com uma interface gráfica rudimentar, o Sketchpad. O sistema de Engelbert movia objetos gráficos com um ponto luminoso no ecrã. Posteriormente a ideia foi adotada pelos engenheiros da Xerox, que adicionaram outros gráficos como pastas, ícones, menus, caixas de seleção e, vejam só, a singela e revolucionária seta do rato.
O teclado utilizado por praticamente todos os computadores do mundo é o QWERTY. O nome esquisito vem das cinco primeiras letras, da esquerda para a direta. Se você já se perguntou por que o teclado não foi concebido em ordem alfabética, saiba que a maneira que as teclas estão posicionadas tem o objetivo de facilitar a digitação na língua inglesa, já que as letras mais utilizadas estão estrategicamente separadas. O modelo QWERTY foi utilizado pela primeira vez pelo norte-americano Christopher Sholes em 1868. Sucesso absoluto. Ainda existem outros padrões, como o AZERTY, utilizado na França de na Bélgica. Na verdade, o layout depende diretamente das letras mais utilizadas pelo idioma.
Nos primórdios da internet comercial, era muito comum digitarmos a combinação "http://" antes do famoso "www". Com o tempo, e o aprimoramento dos browsers, a prática caiu no desuso. A sigla é a abreviação de Hypertext Transfer Protocol, um protocolo de comunicação que, explicando de uma maneira bem simplificada, funciona como uma linguagem em comum entre computadores e servidores. Em outras palavras, foi o Http que tornou possível a internet como a conhecemos.
A tecnologia Firewire foi criada pela Apple em 1995 e visava à transmissão de dados, vídeo e áudio em alta velocidade. O símbolo é uma simplificação do funcionamento da tecnologia, com três hastes distintas, cada uma delas representando uma funcionalidade.
A tecla shift, assim como praticamente todo teclado, é uma herança das antigas máquinas de escrever. Em inglês, shift significa mover, deslocar; exatamente a função que que a tecla tem em uma máquina de escrever. Por exemplo: ao ser pressionada as teclas moviam fisicamente a haste de continha a letra, fazendo com que os caracteres alternassem entre maiúsculos ou minúsculos. A invenção deu tão certo que foi incorporada nos teclados digitais. Hoje, ninguém digita um texto coerente sem usá-la corretamente.
O logo colorido Windows, formado por quatro blocos distintos, caso você não tenha percebido, é uma janela. Exatamente o que significa o nome "Windows": janelas em inglês. O sistema levou esse nome, de acordo com a Microsoft, porque, ao utilizá-lo, o utilizador abre e fecha janelas o tempo todo. Outra explicação comummente usada diz respeito a experiência clarificante do utilizador ao utilizar o sistema, ou seja, uma janela para um outro mundo. Filosófico, não é? O logo mutou ao longo dos anos, mas a essência continua a mesma.
O símbolo do Command é muito familiar aos utilizadores de Mac. Ele representa uma tecla de mesmo nome que, quando combinada com outras teclas, realiza comandos como fechar e abrir janelas. Foi utilizado pela primeira vez no Macintosh, lançado em 1984. A ideia original era que a tecla fosse representada por uma maçã, mas Steve Jobs achou que o sistema já tinha muitos ícones com a fruta. Há registos do símbolo no norte da Europa datados do ano 400. A equipe de Jobs o escolheu por se tratar de um desenho infinito, algo que se assemelha com as combinações proporcionadas pelo uso da tecla.
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