A Mozilla tem sido uma entidade fortemente ligada a manter os direitos dos utilizadores e da sua privacidade. No entanto, esta encontra-se agora na mira das autoridades europeias exatamente por possíveis falhas nesta categoria.
O grupo de defesa dos direitos de privacidade digital “Noyb” avançou com uma queixa contra a Mozilla, por ativar a funcionalidade Privacy Preserving Attribution (PPA) do Firefox por padrão para todos os utilizadores, sem informar primeiro os mesmos das consequências de tal medida. A entidade afirma que esta prática poderá ter comprometido a privacidade de milhares de utilizadores apenas na zona europeia.
A PPA é uma funcionalidade do Firefox, usada como forma de fornecer publicidade personalizada, pedindo ao navegador para guardar certas informações sobre os utilizadores – que podem mais tarde ser usadas para campanhas de publicidade direcionada com base nos gostos dos mesmos.
O navegador ativou esta funcionalidade por padrão de forma recente, o que despertou várias críticas por parte da comunidade, sobretudo relacionadas com questões de privacidade, e a falta de transparência da Mozilla.
A Noyb afirma que a ativação da funcionalidade para todos colocou em risco a privacidade de milhões de utilizadores, e viola os termos do RGPD na zona europeia. A entidade acusa a Mozilla de usar esta funcionalidade como uma desculpa para realizar o tracking dos utilizadores para fins de publicidade direcionada, colocando o Firefox como o sistema que salvaguarda essa informação.
Embora a entidade afirma que a Mozilla até poderia ter boas intenções com o PPA, a ativação do mesmo para todos e sem informar os mesmos da mudança é vista mais como uma forma de tracking pelo navegador do que algo focado para garantir a privacidade de quem usa o Firefox.
A queixa da Noyb apela ainda a que as autoridades investiguem as práticas de privacidade da Mozilla, e a forma como esta usa o Firefox para os seus fins. É ainda referido que a Mozilla deve alertar os utilizadores sempre que são feitas mudanças nos seus sistemas que podem colocar em risco a privacidade dos mesmos – ainda mais de uma entidade que se focou durante bastantes anos em garantir tal prática aos mesmos.
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