A Google ainda aguarda uma decisão sobre como terá de lidar com as acusações de monopólio no seu negócio de motores de busca – e planeia recorrer da sentença – mas, entretanto, a sua empresa-mãe, a Alphabet, enfrenta outras frentes. Segundo avança o The Financial Times, a Alphabet alcançou um acordo preliminar com acionistas que também processaram a empresa. A queixa prendia-se com o facto de a gigante tecnológica ter permitido o comportamento anticompetitivo da Google, o que, na ótica dos investidores, expôs a empresa a "danos reputacionais" e "custos substanciais".
Acordo milionário e restruturação interna
Este novo entendimento implicará, segundo consta, uma reformulação da "estrutura de compliance global" da Alphabet. Esta mudança terá um custo para a empresa de, no mínimo, aproximadamente 460 milhões de euros (cerca de 500 milhões de dólares) ao longo dos próximos 10 anos. Em termos práticos, isto significa o estabelecimento de um novo comité no seio do conselho de administração da Alphabet, que terá como função supervisionar as questões regulatórias – um campo onde a Google tem acumulado diversos processos nos últimos anos.
Novos comités para supervisionar a Google
"Um novo órgão composto por executivos seniores irá reportar diretamente ao presidente executivo Sundar Pichai", escreve o FT, adiantando que outro grupo, "constituído por gestores de produto e especialistas internos em compliance", prestará consultoria. O objetivo principal destas alterações é evitar que a Alphabet e as suas subsidiárias tomem decisões de negócio que levem a que a Google seja considerada um monopólio em múltiplas frentes, como tem acontecido. Contudo, o acordo ainda necessita de aprovação judicial para poder avançar.
A origem da queixa e o panorama geral
O processo contra figuras da Alphabet como Sundar Pichai e Sergey Brin foi originalmente apresentado em 2021 por um fundo de pensões do Michigan, em nome dos acionistas. Comparativamente com as mudanças estruturais exigidas pelo Departamento de Justiça dos EUA no caso antimonopólio que a Google enfrenta, o pagamento desta verba e a formação de comités internos parecem ser exigências menores. No panorama geral, alterar a forma como a Alphabet lida com a regulamentação será, provavelmente, uma das mudanças menos impactantes que a empresa será forçada a implementar nos próximos anos.
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