A Aylo, empresa mãe de várias plataformas de conteúdo adulto, incluindo o gigante Pornhub, anunciou uma decisão drástica: a suspensão das suas operações em França. Esta medida surge como resposta direta à implementação de uma nova e controversa legislação francesa que impõe requisitos adicionais para a verificação da idade dos utilizadores destes serviços.
O fim de uma era para o Pornhub em terras gaulesas
O Pornhub, reconhecido globalmente como o website pornográfico com maior tráfego, considerava França o seu segundo principal mercado, apenas atrás dos Estados Unidos. Apesar da relevância do mercado francês, a Aylo optou por cessar a sua presença no país. Um representante da empresa justificou a decisão, sublinhando que a nova lei de verificação de idade representa um sério risco para a privacidade dos utilizadores. A empresa defende que a confirmação da idade deveria ser efetuada ao nível do dispositivo do utilizador e não através de processos que considera invasivos.
Privacidade em risco? As críticas da Aylo à legislação francesa
Solomon Friedman, vice-presidente de compliance da Aylo, não poupou críticas à nova legislação, descrevendo-a como "perigosa", "potencialmente violadora da privacidade" e "ineficaz". Em declarações à France-Presse, Friedman sugeriu que gigantes tecnológicas como a Google, Apple e Microsoft possuem a capacidade de implementar sistemas de verificação de idade diretamente nos sistemas operativos ou nos próprios dispositivos, uma abordagem que a Aylo considera mais segura.
Alex Kekesi, outro diretor do grupo, reiterou que, embora a empresa seja favorável à verificação de idade para proteger menores, existem preocupações significativas sobre a forma como a lei francesa aborda a questão da privacidade. Em alguns cenários, os utilizadores poderiam ser obrigados a fornecer dados de identificação oficiais ou números de cartão de crédito para validar a sua idade, práticas que levantam sérias questões sobre a segurança e confidencialidade dos dados pessoais.
Uma medida com ecos internacionais
A decisão da Aylo de abandonar o mercado francês não é um caso isolado. A empresa já havia tomado medidas semelhantes em diversos estados dos Estados Unidos, onde legislações com o mesmo intuito foram implementadas. Adicionalmente, o Reino Unido encontra-se também a preparar a aprovação de mecanismos mais robustos para a verificação de idade em plataformas online.
Governo francês não lamenta a partida
A saída do Pornhub de França não parece ter abalado os responsáveis políticos franceses. Aurore Bergé, Ministra da Igualdade de Género, reagiu de forma concisa à notícia com um simples "au revoir" (adeus). Numa publicação na plataforma X (anteriormente Twitter), a ministra expressou a sua convicção de que esta saída resultará em "menos conteúdo violento, degradante e humilhante ao alcance de menores em França", demonstrando o apoio do governo à nova legislação.
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