
Um tribunal federal dos Estados Unidos decidiu bloquear a investigação da Comissão Federal de Comércio (FTC) à Media Matters, uma organização sem fins lucrativos de vigilância dos media. A decisão representa uma vitória significativa para o grupo, que alegava estar a ser alvo de uma retaliação por parte da agência governamental devido às suas reportagens críticas sobre a rede social X, de Elon Musk.
A origem da disputa entre X e a Media Matters
O conflito teve início em 2023, quando a Media Matters publicou uma investigação que mostrava anúncios de grandes marcas a aparecerem na plataforma X ao lado de conteúdo neonazi e antissemita. A publicação levou a um êxodo de anunciantes, causando perdas de receita significativas para a empresa de Elon Musk.
Em resposta, a X processou a Media Matters, acusando a organização de "fabricar de forma consciente e maliciosa imagens lado a lado" para prejudicar a plataforma. Posteriormente, em maio de 2025, a FTC iniciou uma investigação para apurar se a Media Matters teria violado leis antitrust ao, alegadamente, conspirar com grupos de publicidade e ativismo para boicotar a rede social.
Uma vitória judicial baseada na Primeira Emenda
A Media Matters não tardou a reagir, processando a FTC em junho, argumentando que a investigação era uma perseguição injusta e uma retaliação direta pelo seu trabalho jornalístico. Agora, a juíza Sparkle L. Sooknanan deu razão à organização, emitindo uma injunção preliminar a seu favor.
Na sua decisão, a juíza concorda que a investigação da FTC é "um ato de retaliação" e que a Media Matters tem "probabilidade de sucesso na sua queixa de retaliação sob a Primeira Emenda". Sooknanan destacou que este tipo de investigação desincentivaria outros jornalistas de se pronunciarem no futuro, afirmando que a ação da FTC "teve o efeito pretendido". Segundo os autos, a Media Matters admitiu ter decidido não avançar com certas reportagens sobre a FTC e Elon Musk devido à investigação.
Conforme avança o The New York Times, Angelo Carusone, presidente da Media Matters, celebrou a decisão, afirmando que "a decisão do tribunal demonstra a importância de lutar em vez de ceder, algo que muitos estão a fazer quando confrontados com a intimidação da administração Trump".
Esta não é a primeira vitória judicial da Media Matters neste caso, uma vez que investigações semelhantes levadas a cabo pelos procuradores-gerais do Texas e do Missouri também já tinham sido bloqueadas. No entanto, o processo original movido pela X contra a organização continua a decorrer.










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