
A OpenAI anunciou a criação de um conselho consultivo focado no bem-estar mental e emocional dos seus utilizadores. Este novo "Conselho de Especialistas em Bem-Estar e IA" é composto por oito investigadores e especialistas na interseção entre tecnologia e saúde mental, alguns dos quais já tinham sido consultados pela empresa durante o desenvolvimento de controlos parentais.
Uma resposta à crescente pressão
A segurança e a proteção dos utilizadores mais jovens tornaram-se um tema central para todas as empresas de inteligência artificial. A decisão da OpenAI surge num momento em que a empresa, juntamente com outras gigantes tecnológicas, enfrenta um escrutínio crescente após vários processos judiciais que questionaram o papel dos chatbots de IA em casos de suicídio entre adolescentes. Estes jovens teriam partilhado as suas intenções com os assistentes virtuais antes de cometerem os atos, levantando sérias questões sobre a responsabilidade das plataformas.
Ceticismo no ar: será apenas uma fachada?
Embora a criação de um conselho de especialistas pareça uma medida sensata, a sua eficácia dependerá inteiramente da disposição da OpenAI em ouvir e implementar as suas recomendações. O historial de outras empresas tecnológicas, como a Meta, que estabeleceram conselhos semelhantes apenas para depois ignorarem os seus conselhos, justifica uma dose de ceticismo.
O próprio anúncio da OpenAI parece confirmar que o novo conselho não terá poder real para ditar operações, afirmando que "continuamos a ser responsáveis pelas decisões que tomamos, mas continuaremos a aprender com este conselho, com a Global Physician Network, com os legisladores e outros, à medida que construímos sistemas de IA avançados de forma a apoiar o bem-estar das pessoas".
A verdadeira prova do compromisso da OpenAI em mitigar os sérios riscos associados à sua tecnologia só se tornará clara quando surgirem as primeiras divergências com o conselho. Só então se saberá se esta iniciativa é um passo genuíno em direção a uma maior responsabilidade ou apenas uma estratégia de relações públicas para acalmar as críticas.











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