
Numa reviravolta que poucos esperavam, o Popcorn Time, a plataforma que em 2013 abalou os alicerces da indústria do entretenimento e se tornou sinónimo de pirataria, está de volta. Depois de ter sido encerrado em 2015, o serviço ressurgiu das cinzas, mas com uma missão radicalmente diferente e, desta vez, totalmente legal. O objetivo já não é contornar os sistemas, mas sim organizá-los.
Numa publicação no seu blog oficial, a equipa recorda o passado controverso, assumindo que nasceu da "frustração" com um cenário de streaming limitado. "Nós não apenas perturbamos a indústria; nós a forçamos a evoluir", afirmam, argumentando que o seu legado vive em todas as plataformas que hoje oferecem conteúdo instantâneo.
Contudo, o problema em 2025 é outro: a abundância. Com inúmeros serviços como Netflix, Disney+, e outros, o desafio agora é a "paralisia da escolha". É aqui que entra o novo Popcorn Time.
De plataforma ilegal a centro de entretenimento
A nova versão do Popcorn Time abandona por completo o modelo antigo. Em vez de disponibilizar conteúdos de forma ilícita, a plataforma funciona agora como um agregador ou um "índice de streaming". A ideia é simples: juntar num só local todos os filmes, séries e programas das várias plataformas que um utilizador já subscreve.
"Este não é apenas mais uma aplicação de streaming—é um centro para todo o seu entretenimento", pode ler-se no site oficial. A plataforma atua como um diretório que agrega conteúdo de serviços que o utilizador já possui, eliminando a necessidade de saltar entre diferentes aplicações para encontrar algo para ver. Questionados sobre a legalidade, a resposta é direta: "Sim, é totalmente legal".
As novas armas: IA, automação e um sistema de classificação único
Para se destacar no competitivo mercado de hoje, o Popcorn Time, reescrito de raiz, aposta em várias funcionalidades inovadoras:
Agregação Total: A plataforma promete agregar conteúdos de toda a web, desde os gigantes do streaming a serviços de nicho, para que o utilizador possa descobrir tudo num só lugar.
Sistema de Classificação Inteligente: Para ajudar a decidir o que vale a pena ver, foi criado um algoritmo que combina dados de múltiplas fontes, incluindo tendências peer-to-peer e bases de dados globais, para gerar uma classificação que reflete a popularidade real de um título.
Leitor de Média Local: Para os mais nostálgicos, a aplicação incluirá um leitor de ficheiros locais, permitindo reproduzir e guardar vídeos diretamente no dispositivo, como nos velhos tempos.
Automação com IA: Talvez a maior novidade seja o "Criador de Workflows". Com recurso a inteligência artificial, os utilizadores poderão criar automações personalizadas, como adicionar automaticamente séries populares à sua lista ou receber recomendações baseadas no histórico. A equipa descreve-o como um "Zapier para média", com infinitas possibilidades de integração com outras aplicações.
Código Aberto: A plataforma compromete-se a ser totalmente open-source, convidando a comunidade a participar no desenvolvimento do futuro do serviço.
O que se segue?
Atualmente, o site do Popcorn Time já está ativo e a equipa está a trabalhar nas aplicações e APIs de conteúdo. O plano passa por lançar uma versão beta (MVP) em breve, focada na agregação de conteúdo, seguida por versões para desktop, dispositivos móveis e smart TVs. Só depois chegará o motor de backend para o leitor de média local e as automações com IA.
Com suporte inicial para mais de 30 países, o novo Popcorn Time não quer ser uma dor de cabeça para a indústria, mas sim uma solução para os utilizadores. A promessa é clara: simplificar o streaming para que se passe "menos tempo a procurar e mais tempo a ver". A revolução, garantem, está apenas a começar.











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