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Meta em smartphone no bolso de camisa

É o fim de uma era na gigante das redes sociais. Yann LeCun, um dos investigadores mais conceituados no mundo da inteligência artificial, anunciou que vai abandonar a Meta após 12 anos na empresa. O executivo, que se juntou à tecnológica em 2013 para liderar o laboratório FAIR (Fundamental AI Research) e que assumiu posteriormente o cargo de Cientista Chefe de IA, prepara-se agora para fundar a sua própria startup.

LeCun, que acumula também a função de professor na Universidade de Nova Iorque (NYU), revelou que a sua saída não significa um corte total de relações. A nova empresa irá trabalhar em parceria com a Meta, mas com uma missão muito específica: focar-se naquilo que LeCun acredita ser o próximo grande passo da tecnologia, afastando-se da tendência atual dos modelos de linguagem.

Em busca da "Inteligência de Máquina Avançada"

O objetivo da nova empreitada de LeCun é dar continuidade ao programa de investigação "Advanced Machine Intelligence" (AMI). Segundo o próprio, a meta é alcançar a próxima revolução na IA: criar sistemas capazes de compreender verdadeiramente o mundo físico, que possuam memória persistente, capacidade de raciocínio e aptidão para planear sequências de ações complexas.

"A AMI terá aplicações de longo alcance em muitos setores da economia, alguns dos quais se sobrepõem aos interesses comerciais da Meta, mas muitos dos quais não", explicou LeCun numa atualização no Threads. O investigador defende que perseguir este objetivo através de uma entidade independente é a melhor forma de maximizar o seu impacto.

Esta mudança de direção não surpreende quem tem acompanhado as declarações de LeCun. O cientista tem sido vocalmente cético em relação aos LLMs (Large Language Models), a tecnologia que serve de base a ferramentas como o ChatGPT. Para LeCun, não será possível atingir uma inteligência de nível humano apenas aumentando a escala destes modelos. Numa conferência recente, chegou mesmo a aconselhar os aspirantes a investigadores a "não trabalharem absolutamente em LLMs", segundo observações reportadas pelo The Wall Street Journal.

Divergências sobre o futuro da IA

A saída de LeCun acontece num momento de reestruturação interna na Meta. A empresa tem vindo a reorganizar as suas equipas de tecnologia, tendo recentemente cortado várias centenas de postos de trabalho no seu grupo de Superinteligência.

De acordo com informações que circulam no setor, LeCun terá enfrentado dificuldades em obter recursos para os seus projetos, numa altura em que a Meta concentrou os seus esforços no desenvolvimento de modelos capazes de competir com ameaças imediatas de rivais como a OpenAI, a Google e a Anthropic, conforme reportou a Bloomberg.

A especulação sobre o futuro de LeCun já se avolumava há meses, especialmente após a Meta ter investido quase 15 mil milhões de dólares na Scale AI e ter nomeado o seu CEO, Alexandr Wang, como Chief AI Officer. Além disso, a empresa recrutou Shengjia Zhao, um dos criadores do GPT-4, para liderar a nova unidade Meta Superintelligence Labs.

Apesar das divergências na visão estratégica, a transição parece ser amigável. LeCun confirmou que permanecerá na Meta até ao final do ano e expressou a sua gratidão a Mark Zuckerberg e a outros líderes da empresa pelo apoio dado ao laboratório FAIR e ao programa AMI ao longo dos últimos anos.




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