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carro voador

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, definiu uma meta clara e ambiciosa para o setor da mobilidade aérea: garantir a produção nacional de carros voadores funcionais e realizar demonstrações públicas massivas durante os Jogos Olímpicos de Los Angeles, previstos para 2028.

Numa altura em que a competição tecnológica global se intensifica, o Governo Trump está a recorrer a ordens executivas e novos programas de recolha de dados para impulsionar o segmento dos eVTOLs (aeronaves elétricas de descolagem e aterragem vertical). A iniciativa surge num momento de forte interesse por parte de investidores e fabricantes, que vislumbram estas aeronaves como parte integrante do quotidiano urbano num futuro muito próximo, segundo avança o Washington Post.

Programa piloto prepara o terreno

Para transformar esta visão em realidade, o secretário de Transporte, Sean P. Duffy, anunciou em setembro o Electric Vertical Takeoff and Landing Integration Pilot Program (eIPP). Este projeto tem como objetivo testar a operação de carros voadores dentro do complexo sistema aéreo tradicional dos EUA, recolhendo dados práticos essenciais para estabelecer uma regulamentação definitiva e segura.

O eIPP está atualmente na fase de aceitação de candidaturas, que decorre até ao dia 19 de dezembro. A previsão é que sejam selecionados pelo menos cinco participantes para integrar o programa. Grandes nomes da indústria, como a Joby Aviation, a Archer Aviation e a BETA Technologies, já confirmaram o seu interesse em participar nesta fase crucial de testes.

O estado de Michigan também demonstrou vontade de estar na linha da frente, anunciando a instalação de postos de carregamento elétrico em quatro aeroportos, numa parceria direta com a BETA. O plano passa por iniciar as operações no prazo de 90 dias após o anúncio dos selecionados pelo programa federal.

Investimento massivo e concorrência feroz

O setor privado tem respondido com entusiasmo e capital. A BETA Technologies, por exemplo, conseguiu levantar mais de mil milhões de dólares (cerca de 950 milhões de euros) ao abrir o seu capital na Bolsa de Nova Iorque, um sinal claro de que o mercado financeiro vê viabilidade nesta indústria emergente.

Além das empresas focadas no transporte de passageiros, outras companhias como a Wisk (subsidiária da Boeing) e a Reliable Robotics estão a apostar em modelos autónomos, com o objetivo de reduzir significativamente os custos de operação a longo prazo.

No entanto, o caminho não tem sido isento de obstáculos. O histórico recente serve de alerta, com a tentativa falhada de utilizar táxis voadores nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024 e as dificuldades financeiras severas enfrentadas por empresas europeias, como a alemã Lilium.

Ceticismo político e a sombra da China

Apesar do otimismo da Casa Branca, nem todos em Washington estão convencidos. Durante uma audiência recente, o deputado Scott Perry criticou o uso de recursos públicos em tecnologias que considera ainda experimentais, argumentando que deveria ser o setor privado a financiar os riscos. Perry comparou os eVTOLs aos helicópteros tradicionais, questionando se os ganhos em eficiência e segurança justificam o investimento estatal.

Em contrapartida, defensores da medida, como o deputado Troy E. Nehls, argumentam que o investimento imediato é uma questão de soberania tecnológica. A preocupação central é a China, que já saiu na frente ao certificar o primeiro modelo de carro voador para transporte de passageiros.

O Congresso norte-americano parece inclinado a apoiar a inovação, tendo incluído medidas de suporte aos táxis aéreos na nova lei da FAA (Administração Federal de Aviação), que já publicou as diretrizes de certificação para pilotos destas aeronaves elétricas.

Para os especialistas, o sucesso não dependerá apenas da tecnologia, mas da aceitação pública. Savanthi Syth, analista da Raymond James, sublinha que permitir que as populações "experimentem o futuro antes que ele chegue" através destes programas-piloto será decisivo para definir o papel dos Estados Unidos nesta nova corrida aérea.




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