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Facebook a espiar Snapchat

 

De acordo com recentes documentos, o Facebook terá lançado um projeto em 2016, focado em intercetar e desencriptar os dados de rede dos utilizadores que usam a app do Snapchat. O objetivo seria estudar os padrões de uso dos utilizadores, de forma a usar os conhecimentos para melhorar o Facebook.

 

Esta informação foi recentemente descoberta em documentos apresentados em tribunal, sendo que o projeto era inicialmente conhecido como “Ghostbusters”, em referência ao logo de um fantasma do Snapchat.

 

Estes documentos foram apresentados como parte de um caso contra a Meta, no tribunal da Califórnia. Segundo o portal TechCrunch, os mesmos indicam que o Facebook lançou este projeto de forma interna, com o objetivo de recolher dados sobre a forma como os utilizadores usavam o Snapchat, e para aplicar melhorias nas suas próprias plataformas.

 

O documento indica que este projeto fazia parte de um conjunto de medidas do Facebook, focadas em intercetar e desencriptar o tráfego dos utilizadores entre a app do Snapchat e os seus servidores. Eventualmente, a medida foi também alargada para o YouTube e Amazon.

 

O documento apresenta ainda e-mails internos da empresa, revelando como alguns executivos deveriam responder quando expostos a certas questões. Por exemplo, estes deveriam indicar que o tráfego do Snapchat encontra-se encriptado e que não existe forma da Meta (antigamente Facebook) ter acesso aos dados.

No entanto, Zuckerberg encontrava-se focado em 2016 em obter dados de como o Snapchat estaria a crescer, e como poderiam ser aplicadas medidas para garantir que o que estaria a ser feito poderia também ser aplicado no Facebook.

 

Para este fim, o Facebook usaria também a aplicação Onavo, que criava uma VPN para os utilizadores, mas foi eventualmente descontinuada em 2019, depois de ter sido revelado que a plataforma estaria a pagar a menores de idade para usarem esta app, e terem os seus dados recolhidos para fins de publicidade.

 

Como parte deste projeto, os engenheiros da Onavo criaram um kit capaz de intercetar a forma como os utilizadores usavam o Snapchat e os seus dados, que foi integrado diretamente na app e passou a monitorizar esses dados.

Embora os dados do Snapchat estivessem encriptados, usando a aplicação da Onavo, o conteúdo poderia ser recolhido antes de sair dos dispositivos dos utilizadores, o que permitiria ao Facebook recolher a informação.

 

O mesmo sistema usado para o Snapchat viria eventualmente a ser aplicado também para o YouTube e Amazon, com vista a recolher dados que poderiam melhorar as funcionalidades existentes na altura para o Facebook.

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