Adam Mosseri, o líder do Instagram, trouxe a lume uma realidade inquietante para a Meta: a rede social de partilha de fotografias e vídeos encara o TikTok como uma ameaça existencial há vários anos. Esta revelação surgiu durante o seu depoimento no processo judicial em que a Meta é acusada de práticas monopolistas no mercado das redes sociais.
A sombra do TikTok e a corrida pela sobrevivência
Segundo o testemunho de Mosseri, o Instagram encontra-se efetivamente "preso" numa corrida desgastante para tentar superar o seu concorrente de origem chinesa. A preocupação é fundamentada: investigadores da própria Meta identificaram uma quebra no nível de interação dos utilizadores no Instagram que chegou aos 40% no período em que o TikTok começou a sua ascensão meteórica em popularidade.
"Para nós, o crescimento é fundamental. Ou se está a crescer, ou se está a morrer lentamente", declarou Mosseri, sublinhando a pressão constante por evolução. Este embate direto tem levado a que o Instagram invista avultadas somas, na ordem dos milhares de milhões de dólares, no desenvolvimento de novas funcionalidades, como é o caso dos Reels, numa tentativa clara de reter utilizadores e competir de igual para igual.
Mudança de rumo: menos amigos, mais influenciadores
Outra revelação importante feita por Mosseri diz respeito à estratégia de conteúdo da plataforma. O Instagram terá encontrado "mais sucesso" ao promover uma mistura de publicações de amigos e familiares com conteúdos criados por celebridades e influenciadores digitais. Esta abordagem representa um desvio considerável do propósito original da rede social, que assentava primordialmente na partilha de imagens e momentos entre pessoas do círculo social próximo.
O executivo foi mais longe, indicando que, atualmente, apenas uma em cada seis publicações visualizadas na popular funcionalidade Stories tem origem em interações diretas entre amigos e familiares, ilustrando a mudança no perfil de consumo de conteúdo dentro da aplicação.
O futuro incerto da Meta e as suas 'joias da coroa'
De momento, não existe uma data definida para a conclusão do julgamento deste complexo processo. No entanto, a posição da Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos é clara: os seus advogados defendem que, como medida para restaurar a concorrência no mercado, a Meta deveria ser obrigada a alienar duas das suas mais valiosas propriedades: o Instagram e o WhatsApp. O desfecho permanece uma incógnita, mas as declarações de Mosseri pintam um quadro de intensa competição e adaptação forçada no seio de uma das maiores redes sociais do mundo.
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