Apesar de a administração Trump ter dado luz verde para o regresso dos chips H20 da NVIDIA ao mercado chinês, a burocracia norte-americana está a colocar um travão nos planos da gigante tecnológica. A autorização formal, que depende do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, continua por emitir, deixando em suspenso negócios de milhares de milhões de dólares.
A informação, avançada pela Reuters, revela que o problema reside na sobrecarga da BIS (Bureau of Industry and Security), a principal agência responsável pela emissão destas "licenças especiais". Fontes da administração norte-americana indicam que o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, está mais focado em aplicar tarifas a outros países, o que tem atrasado todos os restantes processos do seu departamento.
Para agravar a situação, o departamento sofre com falta de pessoal, após uma série de despedimentos e demissões voluntárias que se seguiram à mudança de governo, incluindo no DOGE, entidade que foi anteriormente liderada por Elon Musk.
Impasse sem data para terminar
Esta paralisação no Departamento de Comércio significa que não existe qualquer prazo definido para que as licenças necessárias à NVIDIA sejam finalmente libertadas. Consequentemente, a recente viagem de Jensen Huang, CEO da NVIDIA, à China pode ter sido em vão. Apesar de ter assegurado encomendas no valor de milhares de milhões de dólares, nenhuma pode ser, para já, expedida.
Um funcionário, que falou sob condição de anonimato, descreveu a situação como o maior acumular de licenças de exportação das últimas três décadas, pintando um cenário de profunda estagnação.
Competitividade dos EUA em risco
Questionado sobre o tema, o Departamento de Comércio afirmou que "o BIS não vai carimbar pedidos de licença que levantem graves questões de segurança nacional", acrescentando que está a "impulsionar a agenda do presidente Trump por meio de regras fortes e aplicação agressiva".
No entanto, esta postura está a gerar fortes críticas por parte da indústria de semicondutores dos EUA. Um representante do setor queixou-se de que estes atrasos minam a competitividade do país a nível global.
"Enquanto o relógio corre nos pedidos de licença, as empresas chinesas estão a explorar e a fechar negócios com fornecedores na China e noutros países. Quanto mais tempo tivermos de atraso, mais quota de mercado perderemos", alertou o representante.
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