
A Meta viu-se novamente no centro de uma polémica que opõe a moderação de conteúdo à pressão governamental, culminando na remoção de um grupo do Facebook que, alegadamente, era utilizado para expor informações pessoais de agentes da imigração em Chicago. A ação surge na sequência de um contacto do Departamento de Justiça norte-americano.
O pedido do Departamento de Justiça e a resposta da Meta
A Procuradora-Geral, Pam Bondi, anunciou na rede social X que o Departamento de Justiça (DOJ) contactou o Facebook para solicitar a remoção de um grupo que estaria a ser usado para "expor e visar" agentes do ICE (Immigration and Customs Enforcement) que operam na cidade de Chicago.
Em resposta, um representante da Meta confirmou a remoção de um grupo por "violação das nossas políticas contra danos coordenados". No entanto, a empresa não confirmou o nome específico do grupo nem se a ação foi uma consequência direta do envolvimento do DOJ, mantendo uma posição mais reservada sobre o incidente.
Este episódio ocorre num contexto de tensão em Chicago. Recentemente, têm surgido relatos de que os agentes da imigração operam com os rostos cobertos, sem placas de identificação e, por vezes, em veículos sem matrícula, segundo a WBEZ Chicago. A situação levou mesmo um Juiz Distrital dos EUA a decidir que todos os agentes do ICE na área de Chicago que não estejam a trabalhar infiltrados são obrigados a exibir identificação visível, conforme noticiado pelo Block Club Chicago.
Um padrão de pressão sobre as gigantes tecnológicas
Esta não é a primeira vez que a atual administração norte-americana pressiona empresas de tecnologia a remover conteúdos considerados críticos às suas políticas de imigração. A relação entre o poder político e as plataformas digitais continua a ser um campo de batalha complexo, onde a privacidade e a liberdade de expressão são frequentemente postas em causa.
No início do mês, a Apple cedeu a uma pressão semelhante por parte de Bondi e removeu da App Store a aplicação ICEBlock, que permitia seguir os movimentos dos agentes da imigração.
A decisão gerou fortes críticas por parte do programador da aplicação, Joshua Aaron, que, em entrevista, acusou a empresa de Cupertino de ceder a um regime autoritário. "Capitular a um regime autoritário nunca é a decisão correta", afirmou. "A nossa missão sempre foi proteger os nossos vizinhos do terror que esta administração continua a reinar sobre as pessoas desta nação."











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