
A General Motors (GM) anunciou o fim da produção da sua carrinha elétrica Chevy Brightdrop, uma decisão motivada pela fraca procura e por alterações significativas nos incentivos fiscais nos Estados Unidos. A notícia, avançada pelo The Verge, revela que centenas de unidades já se acumulam nos concessionários sem encontrar comprador.
O fim dos incentivos ditou o destino
A CEO da GM, Mary Barra, explicou durante a apresentação de resultados que "o mercado de carrinhas elétricas comerciais tem evoluído muito mais lentamente do que o esperado". No entanto, o fator decisivo parece ter sido o fim de importantes apoios governamentais que tornavam estes veículos mais competitivos.
Em causa está o desaparecimento do crédito fiscal federal de 7.500 dólares para veículos elétricos, uma medida que a administração Trump eliminou em setembro através da legislação conhecida como "Big, Beautiful Bill". A juntar a este corte, as carrinhas Brightdrop beneficiavam ainda de um subsídio adicional de 7.500 dólares para veículos comerciais, que também foi descontinuado, tornando o fim dos incentivos fiscais um golpe duplo para o projeto.
A concorrência agradece
Sem estes apoios, o preço da Brightdrop tornou-se proibitivo para a maioria dos clientes comerciais. O modelo base, com um custo de 74.000 dólares, via o seu preço descer para 59.000 dólares com os descontos. Agora, sem eles, a sua principal concorrente, a E-Transit da Ford, apresenta um valor de entrada muito mais atrativo, a partir de 51.600 dólares. Esta diferença de preço acentuou as dificuldades de um projeto que já enfrentava um mercado mais hesitante do que o previsto.
Um projeto ambicioso que não vingou
Lançada em 2021, a linha Brightdrop representava uma aposta séria da GM no mercado dos elétricos comerciais, incluindo o desenvolvimento de software próprio de gestão de frotas e acordos firmados com gigantes como a Walmart e a FedEx.
Apesar do otimismo inicial, a realidade do mercado e as alterações políticas ditaram um fim prematuro para a Brightdrop. Mary Barra lamentou o impacto da decisão nos funcionários, afirmando que "não foi uma decisão tomada de ânimo leve", mas que as condições adversas tornaram o negócio "ainda mais desafiador".











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