A tensão entre os Estados Unidos e a China está prestes a atingir um novo pico, com a administração de Donald Trump a considerar uma nova e drástica sanção: proibir a exportação de qualquer produto que contenha software americano para o mercado chinês. A medida, que está a ser encarada como um potencial "Armagedão" para o comércio tecnológico, surge como uma resposta direta às restrições impostas por Pequim na venda de terras raras, anunciadas no início do mês.
De acordo com fontes da Casa Branca que falaram à Reuters, a sanção forçaria uma negociação, ao impedir que uma vasta gama de produtos, desde computadores com Windows a smartphones com Android, passando por motores e eletrodomésticos, pudessem ser comercializados na China.
A resposta às terras raras
A confirmação de que esta medida está a ser seriamente ponderada veio do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmou de forma inequívoca: "Vou confirmar que tudo está sobre a mesa." Bessent acrescentou ainda que, caso a sanção avance, será provavelmente uma ação coordenada com os países aliados. "Se esses controlos de exportação — seja software, motores ou outras coisas — acontecerem, provavelmente será em coordenação com nossos aliados do G7."
Uma sanção impossível de aplicar?
Apesar da dureza da ameaça, analistas de mercado mostram-se céticos quanto à sua viabilidade. A principal dificuldade reside na implementação e fiscalização de tal medida. Por um lado, a China poderia continuar a utilizar as ferramentas americanas que já possui. Por outro, seria tecnicamente impossível fiscalizar que softwares americanos estão a ser utilizados pelas empresas chinesas.
Uma fonte, em tom de brincadeira, comentou que, embora Trump possa anunciar a sanção, a sua aplicação seria impraticável. "Tudo o que se possa imaginar é feito com software dos EUA", sublinhou, evidenciando a profunda integração das tecnologias americanas na cadeia de produção global.
China promete proteger as suas empresas
A resposta de Pequim não se fez esperar. A embaixada chinesa em Washington emitiu um comunicado onde se opõe a medidas unilaterais e garante que irá proteger os interesses das suas empresas: "A China opõe-se à imposição de medidas unilaterais de jurisdição expandida. Vamos tomar medidas para proteger os direitos e interesses de empresas chinesas."
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