1. TugaTech » Internet e Redes » Noticias da Internet e Mercados
  Login     Registar    |                      
Siga-nos

gas pump

 

Apesar de a proposta do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) não prever um aumento de impostos, o fim do desconto extraordinário no imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) vai mesmo avançar, o que inevitavelmente resultará num aumento do preço dos combustíveis para o consumidor final. A medida, uma exigência da Comissão Europeia, será implementada de forma "o mais gradual possível", segundo o Governo.

 

A promessa de uma transição suave

 

Durante uma discussão parlamentar no passado dia 23 de outubro, Miranda Sarmento, o ministro das Finanças, assegurou que "a reversão do desconto do ISP será sempre o mais gradual possível, de forma a não ter impacto no preço final da gasolina e do gasóleo". O governante recordou que a medida foi criada em 2022, numa altura em que o barril de petróleo atingiu valores entre 120 e 130 dólares, contrastando com os atuais 60 dólares.

 

Argumentando que, com exceção de Espanha, os preços dos combustíveis em Portugal estão alinhados com a maioria dos países da zona euro, o ministro defendeu a natureza temporária do apoio.

 

Portugal entre os mais caros da Europa

 

Dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) relativos ao final de setembro pintam um quadro diferente. O preço médio da gasolina em Portugal era de 1,697 euros por litro, posicionando o país como o sétimo mais caro da União Europeia. Deste valor, 56% corresponde a impostos, uma percentagem superior à média europeia (55%) e significativamente acima da de Espanha (49%).

 

No que toca ao gasóleo, a situação é semelhante. Com um preço médio de 1,570 euros por litro, Portugal ocupa também a sétima posição entre os países da UE com os preços mais elevados para este combustível.

 

A fatura de 1.132 milhões de euros para os contribuintes

 

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) já alertou para as consequências do fim das medidas de mitigação. Num parecer emitido após a apresentação do OE2026, a entidade estima que a eliminação do desconto no ISP, juntamente com o descongelamento total da taxa de carbono, irá gerar uma receita fiscal adicional de 1.132 milhões de euros para o Estado.

 

Esta verba resulta da soma de três componentes:

 

  • 873 milhões de euros com a atualização das taxas de ISP a partir de 1 de janeiro de 2026.

  • 47 milhões de euros provenientes da atualização da taxa de carbono.

  • 212 milhões de euros em receita adicional de IVA, que incide sobre o preço final já agravado.

 

Apesar de Miranda Sarmento insistir que o OE2026 não contempla um aumento de impostos, a análise do CFP, detalhada pelo ACP (Automóvel Club de Portugal), demonstra que o fim dos apoios extraordinários terá um impacto direto e significativo no bolso dos consumidores, funcionando, na prática, como um aumento da carga fiscal sobre os combustíveis.




Aplicações do TugaTechAplicações TugaTechDiscord do TugaTechDiscord do TugaTechRSS TugaTechRSS do TugaTechSpeedtest TugaTechSpeedtest TugatechHost TugaTechHost TugaTech