
A corrida pela liderança no fabrico de semicondutores continua ao rubro, e a Samsung parece disposta a jogar uma cartada arriscada, mas potencialmente lucrativa, em solo americano. Novas informações sugerem que a gigante sul-coreana alterou os seus planos para a nova fábrica no Texas, focando-se diretamente na produção de chips com o avançado processo de 2 nm.
De acordo com informações avançadas pelo portal Munhwa, a Samsung terá revisto a sua estratégia inicial, que previa a produção em massa de chips abaixo de 5 nm, para apostar todas as fichas na sua tecnologia GAA (Gate-All-Around) de 2 nm. Esta mudança de rumo é vista como uma tentativa direta de colocar pressão sobre a TSMC, a sua principal rival no setor.
Oportunidade estratégica nos Estados Unidos
Esta movimentação da Samsung não acontece por acaso. Enquanto a TSMC tem mostrado reticências em levar a sua tecnologia de ponta para as fábricas nos Estados Unidos, a divisão Samsung Foundry parece querer aproveitar essa lacuna no mercado ocidental.
Ao posicionar a unidade do Texas como um centro capaz de produzir chips de última geração, a empresa pode atrair clientes norte-americanos que procuram diversificar a sua cadeia de abastecimento e reduzir a dependência da produção asiática, sem comprometer o acesso às tecnologias mais recentes.
Inicialmente, esperava-se que a fábrica no Texas se dedicasse ao processo de 4 nm, uma litografia mais madura e com rendimentos de produção mais estáveis. No entanto, os relatórios indicam uma alteração nos pedidos de equipamento para a unidade, adaptando-a para a exigente litografia GAA de 2 nm. A meta é ambiciosa: atingir uma capacidade mensal de 100 mil unidades até 2027.
Exynos 2600 e o aumento de produção
A confiança da marca neste processo de fabrico tem vindo a crescer. A empresa alcançou o processo de 2 nm com sucesso, tendo inclusive anunciado o Exynos 2600 no início de dezembro. Este processador deverá ser o coração de grande parte da futura linha Galaxy S26, marcando um ponto de viragem no desempenho dos dispositivos da marca.
As expectativas de produção também foram revistas em alta. Se inicialmente se apontava para 20 mil unidades mensais do chip, os novos dados sugerem que o volume terá subido para cerca de 50 mil wafers por mês, sinalizando uma forte aposta na massificação desta tecnologia.
Parcerias de peso com a Tesla
Para sustentar esta capacidade produtiva gigantesca, a Samsung tem vindo a fechar contratos estratégicos importantes. A empresa garantiu um acordo avaliado em 16,5 mil milhões de dólares com a Tesla para o fabrico do AI6, o chip de nova geração destinado à condução autónoma dos veículos elétricos da marca de Elon Musk.
Além do setor automóvel, a tecnologia de 2 nm também está a atrair outros mercados. Existem indicações de que a Samsung terá recebido encomendas de dois fabricantes chineses de equipamentos para criptomoedas, interessados na eficiência energética da nova litografia. Resta saber se estas encomendas serão satisfeitas pela fábrica dos EUA ou por outras unidades da marca.
Embora a Samsung não tenha confirmado oficialmente estas alterações logísticas, os rumores apontam ainda para que a unidade americana possa vir a produzir a segunda geração do nó GAA de 2 nm. A empresa continua também a desenvolver a terceira geração (SF2P+), que poderá chegar ao mercado num prazo de dois anos.










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