
A Samsung revelou os seus resultados financeiros para o segundo trimestre de 2025 e as notícias não são animadoras. A gigante coreana viu o seu lucro operacional cair para 4,7 biliões de wons, um declínio acentuado face aos 10,4 biliões registados no mesmo período de 2024 e aos 6,7 biliões do primeiro trimestre de 2025.
O lucro líquido também sofreu uma queda significativa, fixando-se nos 5,1 biliões de wons, um valor bastante inferior aos 9,8 biliões do ano anterior e aos 8,2 biliões do trimestre passado. As receitas globais acompanharam a tendência de descida, totalizando 74,5 biliões de wons, uma diminuição em comparação com os 79,1 biliões do primeiro trimestre.
Segundo a Samsung, estes números são ainda preliminares e poderão sofrer alterações após a conclusão da revisão externa. A empresa sublinha que este abrandamento no desempenho não é um problema isolado, mas reflete uma tendência mais vasta na indústria, que também afetou os resultados de outras gigantes como a Intel e a LG Electronics.
Semicondutores foram o principal entrave
A grande responsável pela quebra nos resultados foi a divisão de Device Solutions (DS), que agrega os negócios de Memória e System LSI/Foundry. O lucro operacional desta área desceu drasticamente de 6,5 biliões de wons no segundo trimestre de 2024 para apenas 0,4 biliões em 2025.
Apesar de um aumento de 11% nas vendas em relação ao trimestre anterior, os lucros da divisão foram severamente impactados por custos não recorrentes. Entre os principais motivos estão ajustes no valor de inventário, resultantes das restrições impostas pelos EUA à exportação de chips avançados de Inteligência Artificial para a China, e a baixa utilização das fábricas em nós mais maduros.
Divisão móvel e ecrãs mostram resiliência
No entanto, nem tudo foram más notícias. A divisão Mobile eXperience (MX/NW) manteve uma rentabilidade de dois dígitos e conseguiu aumentar tanto as suas receitas como o lucro operacional em comparação com o ano anterior. As boas vendas da série S25, da linha A e dos tablets contribuíram para este crescimento anual, embora o número de smartphones expedidos tenha diminuído em relação ao primeiro trimestre, período que coincidiu com o lançamento de novos modelos.
A Samsung Display Corporation (SDC) também viu as suas receitas aumentarem, impulsionadas por novos modelos de smartphones e pelo crescimento nos segmentos de TI e automóvel. A Harman, por sua vez, melhorou a sua rentabilidade com o aumento das vendas de produtos de áudio e otimizações de custos.
Em contrapartida, a divisão de Visual Display (VD) viu os seus lucros diminuírem devido à concorrência intensa, mesmo com uma melhoria nas vendas de produtos premium.
Foco no futuro: IA, 2nm e novos formatos
Para o futuro, a Samsung planeia concentrar-se em melhorar a competitividade dos seus processadores Exynos para a linha de flagships de 2026 e expandir a venda de sensores avançados. A empresa afirmou também que o seu negócio de foundry irá acelerar a produção em massa de um novo System-on-Chip (SoC) móvel com o processo GAA de 2nm, procurando assim melhorar a utilização das suas fábricas.
A divisão Mobile eXperience pretende reforçar a aposta em funcionalidades de IA em tablets e wearables para garantir uma rentabilidade sólida. Além disso, está nos planos o lançamento de produtos com novos formatos, como dispositivos de realidade estendida (XR) e o aguardado smartphone dobrável em três partes (TriFold).
A empresa reconhece que as tarifas comerciais dos EUA continuarão a exercer pressão sobre as divisões Harman e Visual Display/Digital Appliances, mas planeia mitigar o impacto através da sua presença industrial global.