O Facebook volta a ficar envolto em novos problemas relacionados com a utilização de dados dos utilizadores na plataforma.
De acordo com um conjunto de informações e documentos revelados sobre a rede social, e relativos a um processo judicial em que o Facebook se encontra envolvido, é referido que a plataforma terá utilizado os dados pessoais dos seus milhões de utilizadores para ajudar parceiros diretos e causar prejuízos variados aos seus rivais.
De acordo com a NBC News, as mudanças das políticas da empresa face à privacidade dos dados dos utilizadores, realizada em 2015, não teve como iniciativa a preocupação da empresa neste sentido. A empresa terá limitado o acesso a dados pessoais por parte de apps de terceiros com vista a obter mais rendimentos a quem estivesse disposto a comprar o acesso a essas mesmas informações.
Segundo alguns dos acordos revelados nos documentos, o Facebook terá criado parcerias exclusivas com algumas empresas no mercado, onde existia uma moeda de troca entre as mesmas e associada com dados dos utilizadores. Enquanto que o Facebook vendia diretamente o acesso a dados dos seus utilizadores, as potenciais empresas interessadas nestes acessos teriam de pagar elevadas quantias de dinheiro em publicidade dentro da rede social – além de permitir também o acesso partilhado às informações dos utilizadores.
Apenas grandes empresas, ou programadores amigos de Mark Zuckerberg, teriam acesso direto a este género de acordos. No total, mais de 100 empresas terceiras mantinham algum género de acordo especial com o Facebook e relativo à utilização dos dados dos utilizadores – de uma lista onde se encontra no topo a Amazon.
O acesso a esta informação foi mantido mesmo depois da alteração de políticas da empresa sobre as suas apps de terceiros, realizada em 2015.
Segundo a mesma fonte, os documentos internos do Facebook demonstram que poucas vezes foi referido o termo “privacidade” como motivação para as alterações nas políticas da empresa. Internamente as mudanças tinham apenas um motivo claro: aproveitar os dados dos utilizadores para vender os mesmos a quem estivesse disposto a pagar mais por eles.
Os documentos revelados, num total de 4 mil páginas, fazem parte de um caso em tribunal envolvendo a rede social e a empresa “Six4Three”, criadora da app Pikinis – que permitia descobrir fotos de amigos em biquíni, e que perdeu praticamente toda a sua funcionalidade após as mudanças da rede social em 2015.
Das 4 mil páginas discutidas neste caso, cerca de 400 já tinham sido reveladas no passado – e ao qual o Facebook apontou estarem a ser divulgadas com informação fora do contexto, e com vista, sobretudo, a prejudicarem a imagem da empresa no mercado.
Seja como for, não existem dúvidas que o Facebook seria o principal beneficiado em todos estes acordos. Além de investimentos milionários que seriam feitos nas redes sociais, os acordos teriam como base uma política de secretismo extrema, com vista a evitar a sua partilha para o público em geral.
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