Nos últimos meses a indústria tecnológica tem vindo a passar por um período complicado, e isso sente-se também a nível da venda de hardware no mercado. Agora que os dados continuam a surgir sobre as vendas do ano passado, também se verifica a tendência de queda em praticamente todos os setores.
De acordo com a análise da empresa Mercury Research, relativa ao último trimestre de 2022, registou-se neste período uma das maiores quedas de sempre nas vendas de processadores, sendo mesmo o pior valor de que existe registo em mais de 30 anos.
Os dados apontam que, pela segunda vez nesse ano, as vendas de processadores no mercado estão a atingir mínimos históricos. O primeiro relatório confirmava a queda durante o segundo trimestre de 2022, sendo que os valores teriam atingido os piores desde 1994. Agora, no final do ano, a mesma tendência volta a verificar-se.
Se tivermos em conta todo o ano, espera-se que o volume de vendas de processadores seja um dos mais baixos de sempre. Excluindo os processadores ARM, o mercado viu enviados para o mesmo 374 milhões de processadores, o que representa menos 21% face a 2021. As receitas originárias das vendas de processadores também devem cair consideravelmente, em torno dos 19% face ao ano anterior.
Um ponto curioso dos dados será que estas quedas foram verificadas em processadores x86. Os processadores ARM verificaram, em contrapartida, alguns crescimentos.
Em causa encontra-se sobretudo os reajustes que alguns fabricantes de processadores tiveram de realizar, depois dos problemas de produção que foram verificados em 2020 e que levaram a um aumento de stock em 2022, sem a capacidade de dar vazão às unidades disponíveis.
As quedas não é algo que se aplica apenas aos processadores. Também as memórias DRAM verificaram uma das maiores quedas de valores ao longo de 2022, atingindo os valores mais baixos desde 2008. A venda de placas gráficas atingiu os mínimos de 2005.
As previsões apontam que estas tendências de quedas devem continuar durante a primeira metade de 2023, embora se venham a esperar melhorias para a segunda metade do ano - embora ainda seja algo incerto a que níveis.
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