A xAI, empresa de inteligência artificial de Elon Musk, avançou com um processo judicial contra um antigo engenheiro, Xuechen Li, acusando-o de roubar segredos comerciais e informações confidenciais antes de se juntar à rival OpenAI. A queixa, submetida no início desta semana, intensifica a já acesa batalha por talento no setor da inteligência artificial.
Segundo o processo, a xAI alega que Li subtraiu tecnologias de ponta relacionadas com o seu modelo de IA, Grok, que a empresa descreve como tendo “características superiores às oferecidas pelo ChatGPT e outros produtos concorrentes”.
Acusações de roubo e ocultação de provas
A empresa de Elon Musk detalha que o ex-funcionário terá copiado documentos confidenciais de um computador portátil da empresa para, pelo menos, um dos seus dispositivos pessoais. A xAI acusa ainda Li de ter tomado “medidas extensivas para ocultar a sua má conduta”, incluindo a alteração de nomes de ficheiros, a compressão dos mesmos antes de os transferir e a eliminação do histórico de navegação.
A informação roubada, segundo a xAI, poderia dar uma vantagem potencial a empresas rivais no mercado de IA, “poupando à OpenAI e outros concorrentes milhares de milhões em dólares de investigação e desenvolvimento e anos de esforço de engenharia”.
Antes de deixar a empresa para se juntar à OpenAI, Li terá ainda solicitado à xAI que recomprasse as ações da empresa que lhe foram atribuídas como parte do seu pacote de compensação, num valor total a rondar os 7 milhões de dólares (aproximadamente 6,5 milhões de euros).
Uma guerra de talentos milionária
Com base nas informações avançadas pela Reuters, a xAI pede ao tribunal uma ordem de restrição temporária que force o seu ex-funcionário a abdicar do acesso a quaisquer dispositivos pessoais ou serviços de armazenamento online e a devolver todo o material confidencial. Além disso, a empresa pretende bloquear temporariamente Li de trabalhar na OpenAI ou em qualquer outra concorrente até que todos os seus segredos comerciais sejam recuperados.
Este processo surge num contexto de uma verdadeira “guerra de talentos” entre as principais empresas de IA, que procuram os melhores investigadores com pacotes de remuneração que podem chegar aos 250 milhões de dólares. A ação judicial junta-se a outra queixa recente de Musk e da xAI contra a OpenAI e a Apple, alegando que as duas empresas estão a colaborar para manter um monopólio no mercado da inteligência artificial.
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