
A Wikimedia Foundation (WMF) tomou uma posição firme contra os gigantes da Inteligência Artificial. A organização pediu formalmente a empresas como a Google, OpenAI, Meta e Microsoft que parem de usar a recolha massiva de dados (scraping) nos conteúdos da Wikipedia. Em alternativa, a fundação insiste que estas empresas utilizem a sua API paga, a Wikimedia Enterprise.
A IA está a "matar" as visitas humanas
O problema é simples: a popularidade crescente de chatbots, como o ChatGPT, está a reduzir drasticamente o tráfego humano direto à Wikipedia. Os utilizadores recebem a resposta da IA e já não visitam a fonte original. A fundação revelou que, apesar de o tráfego de bots ter inflacionado os números no início do ano, as visualizações de páginas por humanos caíram 8% em relação ao ano anterior.
Esta quebra ameaça o modelo de financiamento da enciclopédia livre. A Wikipedia funciona sem publicidade e depende quase inteiramente de donativos públicos para cobrir os seus 179 milhões de dólares (cerca de 168 milhões de euros) em custos operacionais anuais. Menos visitas humanas significam menos donativos e menos contribuições de editores voluntários.
Um apelo (para já) amigável
A lista de empresas contactadas pela Wikimedia inclui todos os pesos-pesados da indústria da IA: Google, OpenAI, Meta, Anthropic, Microsoft, Perplexity, DeepSeek e a xAI. Até ao momento, nenhuma comentou publicamente o pedido.
Para além do acesso pago aos dados, a WMF pediu também que as empresas de IA deem o devido crédito aos editores voluntários cujo trabalho alimenta os seus modelos. Conforme detalhado pela fundação no seu comunicado oficial, este pedido não é (ainda) uma ameaça legal, mas sim uma diretriz ética para o desenvolvimento responsável da IA. É um movimento que promove uma colaboração justa, num momento em que muitos criadores de conteúdo online exigem compensação pelo uso dos seus materiais.










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