
Um asteroide passou pela Terra a uma distância incrivelmente curta, inferior à de alguns satélites em órbita, e os astrónomos só deram pela sua presença horas depois da passagem. A rocha espacial, batizada de 2025 TF, cruzou os céus perto do nosso planeta no dia 30 de setembro, por volta da 01:47 da madrugada (hora de Lisboa) de 1 de outubro.
A passagem próxima foi um lembrete da constante vigilância necessária para monitorizar os céus, mesmo para os objetos mais pequenos. Embora este não representasse uma ameaça, a sua deteção tardia sublinha os desafios da defesa planetária.
Uma descoberta com horas de atraso
O asteroide 2025 TF foi inicialmente identificado pelo Catalina Sky Survey, um programa de monitorização astronómica da NASA em colaboração com a Universidade do Arizona. No entanto, a deteção só ocorreu cerca de duas horas após o momento de maior aproximação à Terra, o que ilustra a dificuldade em localizar objetos de menores dimensões no vasto escuro do espaço.
Posteriormente, astrónomos do Gabinete de Defesa Planetária da Agência Espacial Europeia (ESA) conseguiram observar e registar a rocha espacial. Para tal, utilizaram um telescópio do Observatório Las Cumbres, situado em Siding Spring, na Austrália, ajudando a calcular a sua trajetória e características com maior precisão.
Mais perto que a Estação Espacial Internacional
O 2025 TF sobrevoou a região da Antártida a uma altitude de apenas 428 quilómetros acima da superfície terrestre. Para se ter uma ideia, esta distância é comparável à órbita da Estação Espacial Internacional (EEI), que se encontra entre 370 e 460 quilómetros de altitude.
As observações indicam que a rocha espacial tem entre 1 e 3 metros de diâmetro. Devido ao seu tamanho reduzido, o 2025 TF não representa qualquer perigo para a Terra. A categoria de asteroides potencialmente perigosos (PHAs) inclui apenas objetos com mais de 140 metros de diâmetro. Se um objeto como o 2025 TF entrasse na atmosfera, desintegrar-se-ia e produziria uma bola de fogo, possivelmente deixando pequenos meteoritos no solo.
Ainda assim, a sua passagem tão próxima alerta para o risco que estes pequenos asteroides podem representar para satélites e outras naves espaciais em órbita, incluindo a própria EEI. Segundo as estimativas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, a próxima passagem desta rocha espacial a uma distância relativamente curta da Terra só deverá ocorrer em abril de 2087.











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